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sexta-feira, 19 de julho de 2013

O PESO QUE A GENTE LEVA...!



O peso que a gente leva..


Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas...
 Excedem aos tamanhos permitidos!
Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado?

As perguntas são muitas...
E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez?

Desisto!
 Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou.
De vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu pra nada.

É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências.
 É nisso mora o encanto da viagem.
 Viajar é descobrir o mundo que não temos.
É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence.

E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar:
 “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!”
Ele tinha razão.
A partida nos abre os olhos para o que deixamos.
 A distância nos permite mensurar os espaços deixados.
 Por isto, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo.
 Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com  o desejo de amar ainda mais o meu território.
É conseqüência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou...

É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro.

Vida e viagens seguem as mesmas regras...
Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver.
Por isto é tão necessário partir...
 Sair na direção das realidades que nos ausentam.
Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias...
Hospitais, asilos, internatos...

Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar.

Andar na direção do outro é também fazer uma viagem!
Mas não leve muita coisa...
Não tenha medo das ausências que sentirá.
 Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu.
Não leve os seus pesos...
Eles não lhe permitirão encontrar o outro.
Viaje leve, leve, bem leve!
 Mas se leve!


Padre Fábio de Melo.

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