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segunda-feira, 1 de julho de 2013

ESCOLHAS... Reflexão!




                                                           ESCOLHAS...
Se há coisa que aprendi, por uma questão de sobrevivência, é que na vida temos as chaves das escolhas na mão.
Tal como as de casa, do carro ou do escritório.
São nossas e não as damos, sem mais nem menos, a ninguém.
 Por quê?
Porque escolher é um ato intransmissível de liberdade.
Em tudo podemos dizer sim ou não.
Nada, absolutamente nada nos é interdito. Nem o bem nem o mal. Nem o heroísmo nem a covardia.
 Podemos virar as costas, ou dar a cara.
 Podemos seguir as nossas paixões e deixá-las voar, sejam quais forem as consequências, ou podemos cortar-lhes as asas.
 Podemos ser honestos ou desonestos, santos ou pecadores.
Sim, podemos tudo, mas para tudo há um preço a pagar que se chama consequência. Uma escolha implica sempre ganhar e perder.
 Se ganha algo em sacrifício de algo que se perde, e é precisamente por isso que escolher pode ser tão difícil.
Esse ganhar e esse perder jogam-se  em equilíbrio precário, na eterna luta que já Eva e a serpente travaram nos primórdios do mundo.
Muitas vezes é impossível resistir à maçã que promete sonhos, alegria, aventuras e desafios, por isso cair em tentação é, basicamente, assumir que as consequências virão depois.
Que no momento da escolha não pesam...
Por vezes implicam até o endividamento total de uma vida, mas no momento de decidir a escolha caiu para o lado errado da balança, num jogo de roleta, perdendo a partida, mas que se joga até ao fim, simplesmente… porque não se pode evitar.
Também há aqueles momentos em que, apesar de sabermos que a escolha certa é um sim ou um não, escolhemos um...
 Nem não, nem sim.
Como costumamos dizer, com a boca dizemos não, mas com a cabeça dizemos sim. Ou vice-versa.
E ficamos no meio da ponte, sem saber que rumo tomar.
São os momentos em que não escolher é uma espécie de escolha.
 Mais tarde ou mais cedo o impasse irá ser quebrado, mas o que irá pesar nesse momento é muito mais uma sensação interior de urgência ou limite, que segreda à alma:
Chegou o momento…, do que propriamente os valores, medos, ou razões lógicas que uma pessoa tem como bússolas.
As escolhas deixem que o afirme, não são só lógicas, porque quando implicam sentimentos, a razão pode ficar muda de argumentos, que o coração recusa.
Há por exemplo aquele tipo de escolhas que chamamos de impossíveis.
Aquelas que, seja qual for a opção, trazem uma dor dilacerante consigo.
 É quase como pedir a uma mãe que entre dois filhos escolha o que se salva e o que será sacrificado.
 Há escolhas dessas, que amputam a alma e a deixam aleijada para toda a vida.
Mas o processo é irreversível. De uma forma ou de outra, mais tarde ou mais cedo, entre duas opções uma terá de ser adotada e outra terá de morrer.
Escolher é, pois, um exercício que passa por tudo o que pensamos e fazemos, desde escolher a cor da roupa que iremos usar nesse dia, às relações que mantemos ou rompemos, aos negócios que levamos a cabo ou recusamos fazer.
Passa por tudo o que somos por isso não devem ser feitas de ânimo leve.
As nossas escolhas escrevem o guia da nossa vida e influenciam de forma incisiva outras vidas.
Acreditamos que tudo o que fazemos afeta o mundo inteiro.
 Literalmente!
Cada uma das nossas escolhas bate no lago da vida e produz uma espécie de vibração que muda o mundo.
Não, não estou a brincar com as palavras.
 Tenho a certeza que se estou aqui, neste momento, a pensar e a escrever, o faço porque se calhar há  milhares de anos alguém descodificou a palavra escolha.
 Os seres humanos são como os elos de uma corrente, embora a maioria se recuse a aceitar esta evidência.
 A prova é que o movimento de um só elo afeta a corrente inteira.
Tal como as nossas escolhas implicam consequências e estas, por sua vez, não nos tocam só a nós, mas a todos aqueles que irão afetar, direta ou indiretamente.
Como tão bem disse Augusto Cury; “Cada ser humano, seja ele um intelectual ou um analfabeto, é uma grande pergunta em busca de uma grande resposta e acrescenta que o tamanho das  perguntas determinam o tamanho das respostas”.
 É como as nossas escolhas.
São elas que determinam o nosso futuro e a forma como as levamos a sério, ou nem por isso, determinam a qualidade da nossa felicidade e da dos que nos cercam.
Não me perguntem por que, até porque, como estou numa fase crítica de arrumação interior, despejei as gavetas da alma e ando a arrumar e a selecionar o que lá armazenei – muita coisa vai ser posta fora, estou certa!
 Mas há uma certeza irritante que me acompanha e da qual acho que nunca me vou livrar, porque a tenho  impressa como uma tatuagem na alma: sejam quais forem as escolhas que eu opte por fazer na minha vida, e seja qual for o preço que eu esteja disposta a pagar, em termos de consequências, há um limiar que me parece impossível ultrapassar.
É esse ponto limite, onde a minha liberdade embate.
 É onde as tentações se encolhem.
 É onde a rebeldia se cala e o bom senso tem levado a melhor.
É essa certeza terrível, como um anátema, que me diz sem margem para discussões, que posso tudo sim, que posso render-me a tudo, mas que há algo que nunca posso: trair-me a mim mesma...
 Esse é o limite de qualquer escolha.
Aquele ponto em que, mesmo que nada mais tenha peso ou lógica suficientes, percebemos que a luta chegou ao fim.
Trairmo-nos a nós mesmos é destruir a nossa essência, o nosso brilho, a nossa nascente da paz, a nossa felicidade.
 Trairmos o que somos provoca um eclipse irreversível na nossa auto estima e auto respeito.
E, esse preço sei que não teria como pagar!
 Também não tenho muito mais a acrescentar, mas achei que era importante, em espírito de solidariedade com todos aqueles que estão no meio da ponte e se confrontam com escolhas aparentemente impossíveis, partilhar esta conclusão.
Não sei se por acaso ou não  e eu até acredito que Deus escreve mensagens nos acasos... ao arrumar a minha alma encontrei, no fundo de uma gaveta, a palavra escolhas e, antes de decidir em que local a guardar outra vez, decidi tomar-lhe o peso na mãos e descobri, com espanto, que afinal tem o peso do universo…

Pensemos nisto!

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