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sábado, 16 de março de 2013

PAI, ME AJUDA A OLHAR!



                                     PAI, ME AJUDA A OLHAR!

“Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.”
“Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando”. 
“Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.”
“E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.”
“E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:  Me ajuda a olhar!”
“Pai, me ajuda a olhar!”

Diante do mar, somos todos crianças
Frente à Eternidade, a existência terrena não é senão a primeira infância.
Os breves anos da jornada terrena assemelham-se à espuma, que, tão logo chega, desaparece.
Para aquele que tem o coração desperto, o visível é testemunho do Invisível.
“O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.” (Guimarães Rosa).
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo... e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.”
“É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Pessoa).
A travessia é o que embeleza e justifica uma existência; o resto são pormenores, o resto é detalhe.

A criança pequena da história, diante da magnitude do mar, recorre ao seu pai, e diz:  “Me ajuda a olhar!”.
Que sabem os olhos humanos acerca da vastidão e dos mistérios que o mar esconde? 
O mundo é um mar. Cada novo dia traz junto de si pesos e obrigações, e também bênçãos e oportunidades.
Cada novo dia desvenda preciosas oportunidades, únicas e inestimáveis.

O segredo do bem viver talvez seja permanecer desperto para as bênçãos que cada novo amanhecer anuncia.

O mar da existência é certamente muito mais rico e profundo do que qualquer ser vivente jamais possa sondar.
E diante da vastidão e do fulgor da existência, é sinal de sabedoria de coração pedir com sinceridade:
 “Pai, me ajuda a olhar!"
“O olho é a lâmpada do corpo. Se teu olho é bom, todo o teu corpo se encherá de luz”, ensinou-nos o incomparável Mestre:

“Pai, me ajuda a olhar!”

Na obra “O Livro dos Abraços”, o escritor uruguaio Eduardo Galeano compartilha um comovente relato:

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