Se
Existe Saudade...
(Letícia Thompson)
A saudade é esse passarinho que vem de leve e pousa no nosso coração trazendo lembranças,
como um colibri que beija
a flor e traz beleza.
E ela nem escolhe hora ou lugar, só aparece assim, invadindo inteiramente esse espaço que
consideramos reservado às
pessoas ou ocasiões especiais.
Mas se existe saudade, é porque existem sementinhas de ternura
plantadas em nós; pedacinhos de coisas boas, que
talvez nem tenham ficado muito tempo...
Mas o suficiente para deixar um rastro, um sabor, uma marca, um perfume.
Outro dia, falando sobre a saudade que sinto da minha família
virtual...
Ouvi com surpresa,
alguém dizer que não é possível sentir saudade de pessoas que nunca vimos.
E como não?
Que nome dar então a essa falta...
Que nome dar então a essa falta...
A esse vazio nostálgico,
dolorido e bom que invade a alma e toma conta do momento?
Essa viagem que fazemos sem malas e documentos e que nos leva e nos trás, cheios de amor e de não sei o quê?
Essa viagem que fazemos sem malas e documentos e que nos leva e nos trás, cheios de amor e de não sei o quê?
A saudade é uma prova, um certificado, carimbado e assinado embaixo de que não estamos
inteiramente sós e nem vazios...
As pessoas vêm e vão e ficam assim se prolongando em nós, existindo pela eternidade do
nosso caminho.
E amanhã ou depois, quando tudo o que sobrar em nós forem
pedaços do passado, teremos esse coração rico em histórias que nos farão rir sozinhos e nos sentir vivos.
São essas as peças que os verdadeiros amigos pregam ao nosso
coração.
Caímos
nessa armadilha e ainda nos divertimos...
Aprendemos assim que sentir saudade é respirar o amor que plantaram em nós...
É viver depois repletos desse amor
para a vida toda...
para a vida toda...
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