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quarta-feira, 10 de abril de 2013

CÉU E TERRA...



Céu e Terra...

. “ ...o espírito não vai a lado nenhum sem as pernas do corpo, e o corpo não seria capaz de mover-se se lhe faltassem as asas do espírito.”
(José Saramago)
Dentre todos os seres viventes, o ser humano é o único a andar com a coluna ereta.
O ser humano, com a sua postura peculiar, representa o ponto onde o alto e o baixo  se tocam, onde o Céu e a Terra se encontram.
O ponto de contato entre o compacto e o sutil, entre as realidades transitórias e eternas.
Aqui chegamos, contamos a nossa história e partimos.
 Breve é a estadia terrena.
Cada dia vivido, mais uma página que escrevemos no Livro da nossa Vida.
Vidas compostas de sonhos, palavras, amores e esperanças...
Por sobre a nossa cabeça, o Céu, sob os nossos pés, a Terra.
O elo que os une: o nosso coração, a nossa consciência.
O cansaço do corpo, a leveza do espírito.
As horas que continuamente passam...
O garoto que ontem corria e brincava...
...o ancião que com dificuldade caminha.
A vida é um sopro, uma brisa ligeira que passa...
O amar, o acolher, o cuidar...
Trazer na face um sorriso leve de confiança, de bênção.
E em meio ao âmago do caos permitir que o ruflar das asas dos anjos continue a se fazer ouvir no nosso coração.
Conectar-se com uma consciência de gratidão, de louvor.
Acolher a dádiva do agora, que nos permite vivenciar alguns momentos de felicidade profunda, sem maiores motivos, apenas pela gratidão de respirar.
Saciar a sede no poço de água viva que jamais seca.
Um manancial que jorra noite e dia, que purifica e vivifica.
O óleo que alimenta a chama da vida terrena, mais cedo ou mais tarde haverá de se acabar...
Por quanto tempo ainda a chama arderá? Quem o saberá?...
Alguns passam dos cem anos, enquanto outros não chegam aos cinquenta.
Ao fim da caminhada, não será o acúmulo de dias vividos que contará...
...mas os tesouros eternos que acumulamos, as nossas posses mais íntimas.
A caridade, a virtude, a compaixão...
Daí a importância da Reflexão e da Meditação, para que possamos descobrir qual a nossa pequena parcela no projeto monumental da existência.
“ A vida que não é examinada não vale a pena ser vivida.” Sócrates
A nossa vida espiritual se assemelha a uma harpa. Devemos observar se as cordas estão bem...
...e cuidar daquelas cordas que estiverem faltando, quebradas ou feridas, para que a nossa existência se torne mais plena.
Permanecer atento às canções do espírito, às melodias da Alma.
Um copo de água somente tem valor se a água que contém estiver limpa.
Da mesma forma, o valor do nosso coração depende do seu grau de pureza.
“ Bem-aventurados os puros de coração.” Jesus Cristo
“ O que ama a pureza do coração, e é amável de lábios, terá por seu amigo o Rei.” Prov. 22: 11
O corpo físico se assemelha a uma gaiola; e a alma, a uma ave que nela habita.
“ Imaginar que o espírito pereça ao morrer o corpo, é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se a gaiola.
Nosso corpo é apenas a gaiola, enquanto o espírito é o pássaro...
 “ Os dias da nossa vida são setenta anos. E se alguns, pela sua robustez, chegam aos oitenta, o melhor deles é canseira e enfado. Tudo passa rapidamente e nós levantamos vôo.” Salmos 90: 10
O que levanta vôo? Não será porventura a Alma?
Tudo passa rapidamente e nós levantamos vôo...
Um pássaro não voa o quanto quer, mas o quanto pode.
E quando chegar a hora de “levantar vôo”, em que condição estarão  as nossas asas?
Devemos aproveitar os nossos dias passageiros para fortalecer as asas do nosso espírito.
Recordar que as potencialidades da progressão espiritual são ilimitadas.
Educar o nosso olhar, purificar o nosso coração...
A colheita espiritual depende da sementeira terrena.
Devemos avaliar constantemente o valor espiritual dos nossos atos. Ações têm consequências, sempre!
Aproveitar os nossos breves dias para purificar de toda ferrugem o nosso coração, de toda impureza a nossa alma...
...de modo que estejamos aptos a voar até às sublimes alturas onde a felicidade eterna repousa.
Voar livre rumo à nossa Bem-aventurança...
A infância, a eternidade, a imensidão do céu, do mar e da esperança...
Reflitamos sobre isto...

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