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sexta-feira, 19 de abril de 2013

E POR FALAR EM FLORES!...




                                      E POR FALAR EM FLORES!...

Uma flor, quando desabrocha, jogando suas pétalas para além de si mesmas emana luz e perfume em todas as direções.
Neste exercício de expansão, ela cumpre sua tarefa, levando cor e alegria a muitas criaturas, enfeitando o mundo e convidando todos ao agradecimento a Deus, o criador de toda essa beleza.
 Porém, em toda sua pureza e fragilidade, ela também se expõe a todas as intempéries do universo, a todas as agressões da própria natureza, seu berço e sua morada, sua origem e seu destino.
Ainda assim, sem medo, ela se ergue em busca de luz e calor, e se deixa sacudir pelo ar que se move à sua volta, ou queimar pelo sol que arde no topo do céu, ou surrar pela chuva que despenca pesada das nuvens.
Sem hesitar, ela se doa, completa e irrestritamente, ao mundo e aos seres, cumprindo a missão para a qual foi criada. E, nessa jornada, ela acaba também por murchar, secar e morrer, apagando seu brilho no mundo das formas, para espalhar sua essência no mundo mais sutil, consciente de que, cumprida a missão, ela mais nada tem a fazer aqui.

Sua existência, neste plano, é efêmera e transitória, mas ela não se importa e se entrega de corpo e alma ao seu destino, na certeza instintiva de que continuará vivendo e existindo em outras instâncias, mais puras, mais sutis.

Ela sabe que sua presença nesse plano não é eterna e, talvez, por isso mesmo, ela aproveita ao máximo este momento, explodindo em vitalidade, consumindo-se em sua própria alegria de viver e existir no universo de Deus, entregando-se completamente àquilo que justifica sua existência e que, ao mesmo tempo, a destruirá  mas a fará eternamente feliz.

Todo serviço que se presta ao outro é como uma flor de luz no jardim espiritual da humanidade. E exatamente como uma flor, cresce, abre-se, expande-se e projeta-se para além de si mesmo, levando luz e perfume espiritual, como consolo, esclarecimento, esperança e amor a muitas consciências que gravitam inconscientes em torno do ilusório mundo das formas, sem se dar conta da real finalidade de sua própria existência.

Mas, também como uma flor, ao cumprir seu objetivo, ele também se expõe às agressões do meio em que está plantado, às intempéries emocionais e energéticas geradas pelas mentes desequilibradas que se sentem atraídas por sua luz ou por aquelas que se julgam lesadas por ela, sofrendo com esta ação.

Como a flor, ele também se desgasta murcha e morre para o meio em que nasceu. Sua existência também é efêmera e transitória.
Ele também não é eterno. Nada é para sempre...

Por isso, é importante que, como a flor bela e delicada, todo aquele que presta um serviço de ajuda ao próximo tenha consciência da transitoriedade de seu trabalho, de sua fragilidade, de sua sensibilidade ao meio em que existe e no qual atua.

É preciso que saiba que, por mais tempo que resista, sua existência é limitada e representa apenas uma faísca em todo o contexto da criação. Uma faísca importante naquele momento, mas apenas uma faísca...

É preciso que esteja consciente dessa transitoriedade e não se prenda ao seu funcionamento ou à sua existência, pois ele existe para mudar as pessoas e, quando as pessoas mudarem, ele não mais será necessário e deixará de existir para dar lugar a outras formas de serviço, a outros tipos de trabalho.

É necessário que esteja alerta para o momento que, mesmo fugaz, tem sua beleza e seu valor para o Universo, e ficará registrado indelevelmente na mente do Universo.

A humanidade precisa e vai mudar. Este é o seu destino.
E com ela mudarão os serviços que se deve prestar a ela. Que aqueles que prestam estes serviços não se entristeçam quando seu trabalho não for mais necessário, pois este será um motivo de alegria, não de tristeza.

A cada degrau galgado, novas necessidades surgirão e novas fronteiras deverão ser traçadas, novos limites deverão ser ultrapassados, novas propostas deverão ser feitas, para que outros degraus sejam galgados e todos
possamos continuar a caminhar...

A cada flor que morre, um fruto nasce e, dentro dele, novas sementes, promessas de vida surgem trazendo a renovação, justamente o cumprimento da promessa de que a flor continuará existindo, ainda que não em sua forma original.

A flor se desintegra, as energias que dão forma à sua estrutura física se desagregam para se reorganizar em outras formas de vida, para que a sua própria espécie continue.
E nesse processo ela não hesita um segundo, ela não vacila, ela não pensa, ela não deixa de se entregar em um átomo sequer, instintivamente.

A cada serviço ao próximo que se deixa para trás, outro surge mais adiante, mostrando que é uma renovação contínua em que todos  estamos caminhando.

Um desaparecimento nunca é o fim de algo que existe, mas o começo de algo que deve  existir logo a seguir.
 É só uma questão de deixar de olhar para trás e passar a olhar para frente, fixando o caminho a ser percorrido.

Nada, na verdade, desaparece ou se desfaz, apenas se desintegra, reorganiza e recicla para ressurgir, mais adiante, em algo novo, a serviço das necessidades do momento que se vive.
Será isto uma REINTEGRAÇÃO!?
REFLITAMOS...

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