Os presentes eternos...
- Isso é verdade, ou o senhor só escreveu no quadro porque é uma frase de efeito?
- O quê? - perguntei sem levantar os olhos da mesa.
- Aquele dizer: "Se você pensar em alguma coisa que quer e acreditar que vai tê-la é capaz de consegui-la!.”
Levantei os olhos e vi o rosto de Paul, uma das pessoas de quem eu mais gostava, mas certamente não um dos meus melhores alunos.
- Bom Paul - eu disse - o autor dessas palavras, Napoleon Hill, as escreveu depois de anos de pesquisa sobre a trajetória de grandes homens e mulheres. Ele descobriu que esse conceito, afirmado de muitas maneiras diferentes, era a única coisa que todos tinham em comum. Júlio Verne disse isso de outra maneira ao afirmar: "Qualquer coisa que a mente de um homem puder imaginar, a mente de outro homem pode criar.”
- O Senhor quer dizer que se eu tiver uma idéia e realmente acreditar nela, posso fazê-la acontecer? - Ele fez a pergunta com uma intensidade que atraiu toda a minha atenção.
- Pelo que tenho visto e lido, Paul, isso não é uma teoria, mas uma lei que tem sido demonstrada ao longo da História.
Paul enterrou as mãos nos bolsos de trás da sua calça Levi's e ficou andando em círculos pela sala, lentamente.
- Isso é verdade, ou o senhor só escreveu no quadro porque é uma frase de efeito?
- O quê? - perguntei sem levantar os olhos da mesa.
- Aquele dizer: "Se você pensar em alguma coisa que quer e acreditar que vai tê-la é capaz de consegui-la!.”
Levantei os olhos e vi o rosto de Paul, uma das pessoas de quem eu mais gostava, mas certamente não um dos meus melhores alunos.
- Bom Paul - eu disse - o autor dessas palavras, Napoleon Hill, as escreveu depois de anos de pesquisa sobre a trajetória de grandes homens e mulheres. Ele descobriu que esse conceito, afirmado de muitas maneiras diferentes, era a única coisa que todos tinham em comum. Júlio Verne disse isso de outra maneira ao afirmar: "Qualquer coisa que a mente de um homem puder imaginar, a mente de outro homem pode criar.”
- O Senhor quer dizer que se eu tiver uma idéia e realmente acreditar nela, posso fazê-la acontecer? - Ele fez a pergunta com uma intensidade que atraiu toda a minha atenção.
- Pelo que tenho visto e lido, Paul, isso não é uma teoria, mas uma lei que tem sido demonstrada ao longo da História.
Paul enterrou as mãos nos bolsos de trás da sua calça Levi's e ficou andando em círculos pela sala, lentamente.
Então se virou e me encarou com uma
energia nova:
- Sr. Schlatter - disse ele - durante toda a minha vida fui um aluno abaixo da média e sei que isso vai me custar caro mais tarde na vida. E se eu pensasse em mim como bom aluno e acreditasse de verdade... se acreditasse que até mesmo eu poderia conseguir isso?
- É, Paul, mas você tem que saber o seguinte: se acreditar de verdade vai agir para isso. Acho que existe um poder dentro de você que vai fazer maravilhas para ajudar, contanto que você se comprometa.
- Como assim, me comprometa? - perguntou ele.
- Bom, existe uma história sobre um padre que pegou o carro e foi até à fazenda de um membro de sua congregação.
- Sr. Schlatter - disse ele - durante toda a minha vida fui um aluno abaixo da média e sei que isso vai me custar caro mais tarde na vida. E se eu pensasse em mim como bom aluno e acreditasse de verdade... se acreditasse que até mesmo eu poderia conseguir isso?
- É, Paul, mas você tem que saber o seguinte: se acreditar de verdade vai agir para isso. Acho que existe um poder dentro de você que vai fazer maravilhas para ajudar, contanto que você se comprometa.
- Como assim, me comprometa? - perguntou ele.
- Bom, existe uma história sobre um padre que pegou o carro e foi até à fazenda de um membro de sua congregação.
Admirando a beleza do lugar, ele disse:
"Clem, você sem dúvida criou uma coisa muito linda aqui.”
- Para resumir, Paul, Deus nos dá a madeira, mas temos que acender o fósforo.
Seguiu-se um silêncio cheio de reflexão...
- Tudo bem - disse Paul - Vou fazer isso.
- Para resumir, Paul, Deus nos dá a madeira, mas temos que acender o fósforo.
Seguiu-se um silêncio cheio de reflexão...
- Tudo bem - disse Paul - Vou fazer isso.
Até o final do semestre, vou ser um
aluno B.
Já estávamos na quinta semana do semestre e na minha aula, a média de Paul era
A. A montanha é alta, Paul, mas eu também acredito que você pode conseguir o que acaba de se propor.
Já estávamos na quinta semana do semestre e na minha aula, a média de Paul era
A. A montanha é alta, Paul, mas eu também acredito que você pode conseguir o que acaba de se propor.
Nós dois rimos e ele saiu da sala
para almoçar.
Durante as doze semanas seguintes, Paul me proporcionou uma das experiências mais inspiradoras que um professor pode ter.
Durante as doze semanas seguintes, Paul me proporcionou uma das experiências mais inspiradoras que um professor pode ter.
Começou a fazer perguntas inteligentes e
desenvolveu uma intensa curiosidade. Passou a arrumar-se melhor e a ter mais
firmeza na forma de caminhar.
Aos poucos, sua média foi subindo e
era possível ver sua autoestima começando a crescer.
Pela primeira vez na vida, os outros
alunos passaram a lhe pedir ajuda. O encanto que eu percebia em Paul
desabrochou completamente.
Finalmente veio a vitória. Em uma noite de sexta-feira, sentei-me para corrigir uma prova importante sobre a Constituição.
Fiquei olhando para a prova de Paul durante um bom tempo antes de pegar minha caneta vermelha para começar a corrigi-la.
Não foi preciso usar a caneta. Era uma prova perfeita, sua primeira nota máxima. Telefonei para meus colegas para contar a novidade.
Naquela manhã de sábado fui de carro até o colégio para um ensaio de Siga o Sonho, a peça que eu estava dirigindo.
Entrei no estacionamento com o coração leve e acenei para Kathy, protagonista da peça e uma das melhores amigas de Paul.
Finalmente veio a vitória. Em uma noite de sexta-feira, sentei-me para corrigir uma prova importante sobre a Constituição.
Fiquei olhando para a prova de Paul durante um bom tempo antes de pegar minha caneta vermelha para começar a corrigi-la.
Não foi preciso usar a caneta. Era uma prova perfeita, sua primeira nota máxima. Telefonei para meus colegas para contar a novidade.
Naquela manhã de sábado fui de carro até o colégio para um ensaio de Siga o Sonho, a peça que eu estava dirigindo.
Entrei no estacionamento com o coração leve e acenei para Kathy, protagonista da peça e uma das melhores amigas de Paul.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Assim que
saí do carro ela correu na minha direção e se jogou em cima de mim soluçando.
Depois, me contou o que tinha acontecido.
Paul estava na casa de um amigo e os dois descobriram a coleção de armas "descarregadas" do pai do garoto.
Paul estava na casa de um amigo e os dois descobriram a coleção de armas "descarregadas" do pai do garoto.
Começaram a brincar.
Em determinado momento, o amigo
apontou uma arma "descarregada" para a cabeça de Paul e puxou o
gatilho.
Paul morreu na hora com uma bala no
cérebro.
Na segunda-feira, um inspetor chegou trazendo o boletim de Paul. No lugar em que devia estar a média geral havia um quadradinho ao lado do qual estava escrito "desnecessário"...
"Isso é o que a direção do colégio acha", pensei comigo mesmo, enquanto marcava um enorme A no quadrado.
Na segunda-feira, um inspetor chegou trazendo o boletim de Paul. No lugar em que devia estar a média geral havia um quadradinho ao lado do qual estava escrito "desnecessário"...
"Isso é o que a direção do colégio acha", pensei comigo mesmo, enquanto marcava um enorme A no quadrado.
Virei as costas para que a turma não
visse minhas lágrimas.
Paul tinha merecido aquela nota e ela estava
ali, mas Paul, não.
As roupas novas que ele tinha comprado com o
dinheiro ganho como entregador de jornais ainda estava no seu armário, mas Paul
não estava mais ali.
Seus amigos, suas notas, seu prêmio
de futebol estavam ali, mas Paul, não.
Por quê?
Nesse momento me vieram à cabeça e penetraram no meu coração as palavras de um antigo poema:
Nesse momento me vieram à cabeça e penetraram no meu coração as palavras de um antigo poema:
"Constrói para ti outras mansões
soberbas, alma minha.”
Percebi que Paul não deixara tudo
para trás.
As lágrimas começaram a secar e meu rosto se
abriu num sorriso, ao imaginar Paul ainda pensando, ainda acreditando e ainda
conseguindo, com sua recém-desenvolvida curiosidade, disciplina e autoestima
incorporadas para sempre ao seu ser.
Ele nos deixara uma grande quantidade de riqueza.
Do lado de fora da igreja, no dia do enterro, reuni os alunos de teatro à minha volta e anunciei que os ensaios começariam no dia seguinte. em homenagem à memória de Paul e de tudo que ele havia nos deixado...
Ele nos deixara uma grande quantidade de riqueza.
Do lado de fora da igreja, no dia do enterro, reuni os alunos de teatro à minha volta e anunciei que os ensaios começariam no dia seguinte. em homenagem à memória de Paul e de tudo que ele havia nos deixado...
Era hora mais uma vez de seguir o
sonho...
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