A MIÚDA
Serei sempre a miúda meio assustada que continua a
sentir medo do futuro. A gaiata com tantos sonhos que lhe perdeu a conta.
Aquela a quem a vida sempre controlou a emoção.
Aprendi a viver entre a ilusão de um sonho colorido
e a realidade que, por vezes, só tinha um tom levemente descolorido. Por isso,
entendi que se não lutar pelos sonhos eles me fogem das mãos.
Sou aquela que se habitou a pisar os espinhos sem
temer as rosas. Afinal, sem espinhos uma rosa nunca será essa flor especial que
todos tanto admiramos.
São os seus
espinhos que nos mostram que mais do que sonhos temos que edificar uma vida,
temos que saltar detrás da muralha e mostrarmos a nossa determinação.
Essa é a miúda que hoje evoluiu, a que fez daquele
sonho que sempre a assustava a coragem de sorrir para a vida.
Deixou de ter medo de cair dos sonhos e ganhou a
força suficiente para se levantar.
Essa é a miúda que foi caindo e sempre olhou para
os joelhos esfolados com a certeza de que as feridas se iriam curar, por muito
que lhe doessem.
Essa miúda com medo do futuro que não virou as
costas à vida, por acreditar que tudo se irá resolver se não enterrarmos a
cabeça na areia, desistindo de seguir o nosso caminho.
Jamais se contentou com um não, porque tudo é
impossível até ao dia que acontece um milagre.
E desistir
não é para os fracos e para quem tem medo de lutar. Fracos são os que não
sonham com medo de viver, os outros são apenas fortes com receio de cair.
E é nesse grupo que a miúda quer ficar, no grupo
dos que sonham sonhos que querem ver realizados.
@angela caboz
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