Artigos e Informações ligados ao Rosacrucianismo

terça-feira, 19 de julho de 2022

NOSSA MEMÓRIA...

 



NOSSA MEMÓRIA... 

 

A memória é contrária ao tempo.

Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos.

Crianças têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para elas, um filme é só um filme, uma melodia, só uma melodia, ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.

Diante do tempo, envelhecemos, nossos filhos crescem, muita gente parte... Porém, para a memória, ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis...

Nossos filhos são crianças, nossos amigos estão perto, nossos pais ainda vivem.

Quanto mais vivemos, mais eternidades  criamos dentro da gente. Quando nos damos conta, nossos baús secretos – porque a memória é dada a segredos... estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.

A capacidade de se emocionar vem daí, quando nossos compartimentos são escancarados de alguma maneira.

Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você... foi o fundo musical de uma amor, ou a trilha sonora de uma fossa... e mesmo que tenham passado anos, sua memória afetiva não obedece a calendários, não caminha com as estações: alguma parte de você volta no tempo e lembra aquela pessoa, aquele momento, aquela época...

Amigos verdadeiros têm a capacidade de se eternizar dentro da gente... É comum ver amigos da juventude se reencontrando depois de anos... já  adultos ou até idosos... e voltando a se comportar como adolescentes bobos e imaturos...

Encontros de turma são especiais por isso, resgatam as pessoas que fomos, garotos cheios de alegria, engraçadinhos, capazes de atitudes infantis e debilóides, como éramos há 20, 30, 40, ou 50 anos ...

A memória não permite que sejamos  adultos perto de nossos pais... Nem eles percebem que crescemos... Seremos sempre as crianças, não importa se já temos 30, 40, 50 anos...

Pra eles, a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das estórias contadas ao cair da noite... Ainda são muito recentes, pois a memória amou, e aquilo se eternizou.

Por isso é tão difícil despedir-se de um amor ou de alguém especial que por algum motivo deixou de fazer parte de nossas vidas.

Dizem que o tempo cura tudo, mas não é simples assim. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um band-aid na dor,,,

Mas aquilo que amamos tem vocação para emergir das profundezas, romper os  cadeados e assombrar de vez em quando

Somos a soma de nosso afetos e aquilo que amamos pode ser facilmente reativado por novos gatilhos : Somos traídos pelo enredo de um filme, uma música antiga, um lugar especial.

Do mesmo modo, somos memórias vivas na vida de nossos filhos, cônjuges, ex-amores, amigos, irmãos...

E mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um  dia nos amaram.

 

Adélia Prado – Aroma de Poesias. (Hackmey)

 

 


SOU FEITA DE RETALHOS...

 



"SOU FEITA DE RETALHOS... 

. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma.

 Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou.

 Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior…

 Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade… que me tornam mais pessoa, mais humana, mais completa. 

E penso que é assim mesmo que a vida se faz: de pedaços de outras gentes que vão se tornando parte da gente também. 

E a melhor parte é que nunca estaremos prontos, finalizados… haverá sempre um retalho novo para adicionar à alma. 

Portanto, obrigada a cada um de vocês, que fazem parte da minha vida e que me permitem engrandecer minha história com os retalhos deixados em mim. 

Que eu também possa deixar pedacinhos de mim pelos caminhos e que eles possam ser parte das suas histórias. 

E que assim, de retalho em retalho, possamos nos tornar, um dia, um imenso bordado de ‘nós’."

Cris Pizzimenti

MENINA... VIVE O AGORA!

 

 




MENINA... VIVE O AGORA!

Ela aprendeu a chorar com a vida.

Aprendeu a soltar as suas lágrimas quando o coração se sentia oprimido.

 Quando lhe faltava algo, ou então quando lhe sobrava sofrimento. Foi desta forma que a vida a obrigou a crescer.

Foram as lágrimas que lhe ensinaram o que era viver.

Ela chorou pela primeira vez, quando sentiu medo.

Naquele dia, em que lhe faltou o colo durante todas as horas do dia. No dia em que a vida lhe disse para dar os primeiros passos, sozinha. Quando lhe mostrou que a vida é um trapézio sem rede, em que ela tinha que se arriscar a caminhar.

 Era preciso ter ousadia e não medo de cair.

Não podia estar à espera de ter sempre dois braços, que lhe amparassem as quedas. Que lhe curassem as feridas ainda antes delas existirem de verdade.

Ela chorou a primeira vez, ainda antes de ter conhecido a dor.

Chorou com o sabor do medo, porque percebeu que a vida não era só sonhos.

 Que os dias não eram eternos e que as noites também existiam.

 Afinal, o sol também tinha que dormir e a lua aproveitava essas horas para brilhar.

 E, por vezes, a lua até espreitava, sem ser notada, oculta na sombra do sol.

Naqueles dias, em que nem sequer a vemos e, depois, à noite apenas existem as estrelas.

 Tudo isso era viver.

 Na sua vida aos dias sempre se sucederiam às noites, e as noites sempre precederiam os dias.

Ela provou o sabor das lágrimas e acabou por se habituar.

Ela habitou-se a viver refugiada entre os sonhos, que lhe criavam a ilusão e a realidade, que por vezes se tornava num mar de lágrimas. Vestiu-se de sofrimentos.

Alimentou-se com choro que a embalava em tantas noites, que ela pedia para não existirem.

Ela provou o sabor das lágrimas e julgou que aquele era o caminho certo para seguir o seu destino.

Esqueceu que existiam sonhos coloridos.

Deixou de escutar a voz da esperança.

Desligou o som do amor.

Cruzou os braços perante a imaginação.

Virou as costas ao futuro e o coração continuou no passado.

Deixou que lhe desenhassem feridas na alma.

 Ergeu uma muralha à volta do seu coração.

 Prometeu que não voltaria a sentir amor.

Deixou de existir. Tornou-se num fantasma vivo.

 Alguém que ninguém via.

Alguém que apenas sofria.

E, num desses dias, a vida que lhe tinha ensinado a chorar disse-lhe que era tempo de ela parar.

A vida disse-lhe que estava farta de a ver a chorar.

 Tinha saudades do seu sorriso.

 Estava sufocada com aquele muralha que existia entre elas.

A vida ordenou-lhe que tinha que viver.

Era chegada a hora de ela soltar o amor que vivia dentro dela.

O amor que já não lhe cabia no coração.

 O amor que pedia para ser dividido com alguém.

A vida disse-lhe seca essas lágrimas.

Arregaça as mangas e faz-te à vida.

Despe-te desse sofrimento.

Fica nua.

Saí dessa rua e vai para a estrada principal.

 Leva o teu sorriso, que eu guardei durante todo este tempo.

Agora, sorri e vive!

Essa é a próxima etapa da tua vida.

O choro é coisa do passado.

Deixa-o ficar guardado naquela gaveta, onde guardas tudo o que já passou e te fez ser quem és.

 Ele já não te pertence, tal como não te pertence esse passado que não podes mudar, mas que te moldou.

Vive!

E não te esqueças: usa e abusa do teu sorriso.

 Esse sorriso que, por sinal, é tão bonito e te fica tão bem.

 

@angela caboz


O HORIZONTE

                                                        


                                           O HORIZONTE

Conta-se que, certa vez, um homem se aproximou de Deus e pediu para que Ele lhe esclarecesse sobre algo na Criação que, segundo seu ponto de vista, não tinha nenhuma utilidade, nenhum sentido...

Deus o atendeu e perguntou qual era a falha que ele havia notado na Criação.

Senhor Deus, disse o interessado, Sua Criação é muito bonita, muito funcional, cada coisa tem sua razão de ser...

Mas, embora me esforce para compreender sua finalidade, tem algo que me parece não servir para nada.

E o que é isso que não serve para nada? Perguntou Deus.

É o horizonte, respondeu o homem.

Afinal, para que serve o horizonte?

Se eu caminho um passo na direção do horizonte, ele se afasta um passo de mim.

Se caminho dez passos, ele se afasta outros dez passos...

Se caminho quilômetros na direção do horizonte, ele se afasta os mesmos quilômetros de mim...

Isso não faz sentido! O horizonte não serve para nada.

Deus olhou para Seu ingênuo filho, sorriu e disse:

Mas é justamente para isso que serve o horizonte... Para fazê-lo caminhar.

* * *

Tantas vezes nos acomodamos em nossos estreitos limites, e nos esquecemos de andar alguns passos na direção do horizonte, que nos convida incessantemente a caminhar.

Quando nos esforçamos para ultrapassar nossos próprios limites, novas oportunidades surgem para que avancemos na direção do infinito que Deus nos reserva como meta de perfeição.

Assim, se você está paralisado pela falta de perspectivas que o incentivem a ir adiante, em busca do autoaperfeiçoamento, olhe para frente e ouça o chamamento do horizonte.

Contemple as estrelas e deseje alcançá-las: isso não é um sonho impossível.

Você é filho de Deus, portanto, herdeiro do Universo. Herdeiro das estrelas, dos mundos que gravitam nos espaços infinitos, convidando-nos a seguir em frente, vencendo os obstáculos naturais que se apresentam na caminhada evolutiva.

Mas para conseguir esse intento, é preciso esforço e perseverança. É preciso vontade de romper com as amarras que, ao longo dos séculos, nos mantêm presos aos baixos planos da experiência carnal.

E lembre-se, sempre, de que cada passo que você der na direção do horizonte, esse mais se afastará para que você continue caminhando.

E, quando você conseguir alcançar o horizonte, é porque terá alcançado a linha máxima da perfeição que a escola chamada Terra pode lhe oferecer.

Nesse instante, novos horizontes se abrirão, desafiando sempre e sempre aqueles que têm coragem de avançar, de seguir na direção da luz, da perfeição a que o Mestre de Nazaré nos convidou, dizendo: Sede perfeitos como perfeito é vosso Pai celestial.

* * *

Lance seu olhar para o infinito e, mesmo que as nuvens ou as lágrimas não lhe permitam ver as estrelas, diga como quem tem certeza:

Sou herdeiro das estrelas,

Eu sou filho do Senhor,

Cultivo sonhos de beleza,

Na grandeza do amor.

Com as estrelas eu sempre sonho

E nelas vejo brilhar

A viva esperança de um dia,

Junto a elas poder estar.

Ver coisas tão sublimes

Da pátria espiritual,

Morada verdadeira

Do Espírito imortal.

Não importa o quanto espere

Eu sei que não vou perdê-las,

Pois sou filho do Senhor,

E herdeiro das estrelas.

Redação do Momento Espírita, com versos finais de Edson Agostinho, da cidade de Umuarama, PR.

 

                                             O HORIZONTE

Conta-se que, certa vez, um homem se aproximou de Deus e pediu para que Ele lhe esclarecesse sobre algo na Criação que, segundo seu ponto de vista, não tinha nenhuma utilidade, nenhum sentido...

Deus o atendeu e perguntou qual era a falha que ele havia notado na Criação.

Senhor Deus, disse o interessado, Sua Criação é muito bonita, muito funcional, cada coisa tem sua razão de ser...

Mas, embora me esforce para compreender sua finalidade, tem algo que me parece não servir para nada.

E o que é isso que não serve para nada? Perguntou Deus.

É o horizonte, respondeu o homem.

Afinal, para que serve o horizonte?

Se eu caminho um passo na direção do horizonte, ele se afasta um passo de mim.

Se caminho dez passos, ele se afasta outros dez passos...

Se caminho quilômetros na direção do horizonte, ele se afasta os mesmos quilômetros de mim...

Isso não faz sentido! O horizonte não serve para nada.

Deus olhou para Seu ingênuo filho, sorriu e disse:

Mas é justamente para isso que serve o horizonte... Para fazê-lo caminhar.

* * *

Tantas vezes nos acomodamos em nossos estreitos limites, e nos esquecemos de andar alguns passos na direção do horizonte, que nos convida incessantemente a caminhar.

Quando nos esforçamos para ultrapassar nossos próprios limites, novas oportunidades surgem para que avancemos na direção do infinito que Deus nos reserva como meta de perfeição.

Assim, se você está paralisado pela falta de perspectivas que o incentivem a ir adiante, em busca do autoaperfeiçoamento, olhe para frente e ouça o chamamento do horizonte.

Contemple as estrelas e deseje alcançá-las: isso não é um sonho impossível.

Você é filho de Deus, portanto, herdeiro do Universo. Herdeiro das estrelas, dos mundos que gravitam nos espaços infinitos, convidando-nos a seguir em frente, vencendo os obstáculos naturais que se apresentam na caminhada evolutiva.

Mas para conseguir esse intento, é preciso esforço e perseverança. É preciso vontade de romper com as amarras que, ao longo dos séculos, nos mantêm presos aos baixos planos da experiência carnal.

E lembre-se, sempre, de que cada passo que você der na direção do horizonte, esse mais se afastará para que você continue caminhando.

E, quando você conseguir alcançar o horizonte, é porque terá alcançado a linha máxima da perfeição que a escola chamada Terra pode lhe oferecer.

Nesse instante, novos horizontes se abrirão, desafiando sempre e sempre aqueles que têm coragem de avançar, de seguir na direção da luz, da perfeição a que o Mestre de Nazaré nos convidou, dizendo: Sede perfeitos como perfeito é vosso Pai celestial.

* * *

Lance seu olhar para o infinito e, mesmo que as nuvens ou as lágrimas não lhe permitam ver as estrelas, diga como quem tem certeza:

Sou herdeiro das estrelas,

Eu sou filho do Senhor,

Cultivo sonhos de beleza,

Na grandeza do amor.

Com as estrelas eu sempre sonho

E nelas vejo brilhar

A viva esperança de um dia,

Junto a elas poder estar.

Ver coisas tão sublimes

Da pátria espiritual,

Morada verdadeira

Do Espírito imortal.

Não importa o quanto espere

Eu sei que não vou perdê-las,

Pois sou filho do Senhor,

E herdeiro das estrelas.

Redação do Momento Espírita, com versos finais de Edson Agostinho, da cidade de Umuarama, PR.

 

O HORIZONTE

Conta-se que, certa vez, um homem se aproximou de Deus e pediu para que Ele lhe esclarecesse sobre algo na Criação que, segundo seu ponto de vista, não tinha nenhuma utilidade, nenhum sentido...

Deus o atendeu e perguntou qual era a falha que ele havia notado na Criação.

Senhor Deus, disse o interessado, Sua Criação é muito bonita, muito funcional, cada coisa tem sua razão de ser...

Mas, embora me esforce para compreender sua finalidade, tem algo que me parece não servir para nada.

E o que é isso que não serve para nada? Perguntou Deus.

É o horizonte, respondeu o homem.

Afinal, para que serve o horizonte?

Se eu caminho um passo na direção do horizonte, ele se afasta um passo de mim.

Se caminho dez passos, ele se afasta outros dez passos...

Se caminho quilômetros na direção do horizonte, ele se afasta os mesmos quilômetros de mim...

Isso não faz sentido! O horizonte não serve para nada.

Deus olhou para Seu ingênuo filho, sorriu e disse:

Mas é justamente para isso que serve o horizonte... Para fazê-lo caminhar.

* * *

Tantas vezes nos acomodamos em nossos estreitos limites, e nos esquecemos de andar alguns passos na direção do horizonte, que nos convida incessantemente a caminhar.

Quando nos esforçamos para ultrapassar nossos próprios limites, novas oportunidades surgem para que avancemos na direção do infinito que Deus nos reserva como meta de perfeição.

Assim, se você está paralisado pela falta de perspectivas que o incentivem a ir adiante, em busca do autoaperfeiçoamento, olhe para frente e ouça o chamamento do horizonte.

Contemple as estrelas e deseje alcançá-las: isso não é um sonho impossível.

Você é filho de Deus, portanto, herdeiro do Universo. Herdeiro das estrelas, dos mundos que gravitam nos espaços infinitos, convidando-nos a seguir em frente, vencendo os obstáculos naturais que se apresentam na caminhada evolutiva.

Mas para conseguir esse intento, é preciso esforço e perseverança. É preciso vontade de romper com as amarras que, ao longo dos séculos, nos mantêm presos aos baixos planos da experiência carnal.

E lembre-se, sempre, de que cada passo que você der na direção do horizonte, esse mais se afastará para que você continue caminhando.

E, quando você conseguir alcançar o horizonte, é porque terá alcançado a linha máxima da perfeição que a escola chamada Terra pode lhe oferecer.

Nesse instante, novos horizontes se abrirão, desafiando sempre e sempre aqueles que têm coragem de avançar, de seguir na direção da luz, da perfeição a que o Mestre de Nazaré nos convidou, dizendo: Sede perfeitos como perfeito é vosso Pai celestial.

* * *

Lance seu olhar para o infinito e, mesmo que as nuvens ou as lágrimas não lhe permitam ver as estrelas, diga como quem tem certeza:

Sou herdeiro das estrelas,

Eu sou filho do Senhor,

Cultivo sonhos de beleza,

Na grandeza do amor.

Com as estrelas eu sempre sonho

E nelas vejo brilhar

A viva esperança de um dia,

Junto a elas poder estar.

Ver coisas tão sublimes

Da pátria espiritual,

Morada verdadeira

Do Espírito imortal.

Não importa o quanto espere

Eu sei que não vou perdê-las,

Pois sou filho do Senhor,

E herdeiro das estrelas.

Redação do Momento Espírita, com versos finais de Edson Agostinho, da cidade de Umuarama, PR.

 


ANJOS... EXISTEM?

 



ANJOS... EXISTEM?

O menino voltou-se para a mãe e perguntou:

Os anjos existem mesmo? Eu nunca vi nenhum.

Como ela lhe afirmasse a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas, até encontrar um anjo.

É uma boa idéia, falou a mãe. Irei com você.

Mas você anda muito devagar, argumentou o garoto. Você tem um pé aleijado.

A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava.

Lá se foram. O menino saltitando e correndo e a mãe mancando, seguindo atrás.

De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas nos cabelos escuros. As jóias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis.

Ele correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora:

Você é um anjo?

Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro, que chicoteou os cavalos e a carruagem sumiu na poeira da estrada.

Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de poeira. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Então, chegou sua mãe que limpou toda a poeira, com seu avental de algodão azul.

Ela não era um anjo, não é, mamãe?

Com certeza, não. Mas um dia poderá se tornar um, respondeu a mãe.

Mais adiante, uma jovem belíssima, em um vestido branco, encontrou o menino. Seus olhos eram estrelas azuis e ele lhe perguntou:

Você é um anjo?

Ela ergueu o pequeno em seus braços e falou feliz:

Uma pessoa me disse ontem à noite que eu era um anjo.

Enquanto acariciava o menino e o beijava, ela viu seu namorado chegando. Mais do que depressa, colocou o garoto no chão. Tudo foi tão rápido que ele não conseguiu se firmar bem nos pés e caiu.

Olhe como você sujou meu vestido branco, seu monstrinho! Disse ela, enquanto corria ao encontro do seu amado.

O menino ficou no chão, chorando, até que chegou sua mãe e lhe enxugou as lágrimas com seu avental de algodão azul.

Aquela moça, certamente, não era um anjo.

O garoto abraçou o pescoço da mãe e disse estar cansado.

Você me carrega?

É claro, disse a mãe. Foi para isso que eu vim.

Com o precioso fardo nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava.

Então o menino a abraçou com força e lhe perguntou:

Mãe, você não é um anjo?

A mãe sorriu e falou mansinho:

Imagine, nenhum anjo usaria um avental de algodão azul como o meu.

* * *

Anjos são todos os que na Terra se tornam guardiães dos seus amores.