UMA FÓRMULA MUITO ESPECIAL!
Você costuma dizer a seu filho que o ama? Ou você é
daqueles pais que têm dificuldade com a frase: "amo você?"
Esta é a história de um homem. Em verdade, de um
pai e um filho.
O homem era apaixonado por caixas. Grandes,
pequenas, médias. Caixas altas, baixas. Caixas redondas. Quadradas, retangulares.
O filho amava intensamente o pai. E o pai amava
intensamente o filho.
Mas ele não conseguia dizer ao filho que o amava.
Por isso, pensou em uma maneira especial de se
comunicar com ele, falando dos seus sentimentos. Começou a construir coisas
para seu filho.
Com várias caixas de tamanhos diferentes, ele fez
um castelo. E que castelo!
Também construiu um avião. Lindo, imitando um 14
Bis, aquele mesmo com o qual Santos Dumont voou ao redor da torre Eiffel, em
paris. E voava muito bem.
Só a chuva impedia os vôos maravilhosos dos aviões
de papelão. Esse era um problema que algum dia aquele pai iria resolver.
Quando os amigos do filho apareciam, caixas de
todos os tamanhos também apareciam, para o deslumbramento da garotada.
Logo, as caixas se transformavam em casas, torres,
castelos, cidades. Também chapéus, armários e pontes.
E o pai continuava a recolher caixas, onde quer que
fosse: no supermercado, na loja de eletrodomésticos, no shopping.
A maioria das pessoas achava que o homem era muito
estranho. Principalmente, quando ele descia o morro com o filho, dentro de um
carrinho feito com a caixa que veio com a geladeira nova.
Os velhos apontavam para ele. As velhas o olhavam
zangadas.
Os vizinhos, quando o viam no quintal, às voltas
com caixas e mais caixas, riam dele.
Nem se davam conta que uma caixa se transformara em
casa de passarinhos, na grande árvore em frente ao portão. E que outra,
zelosamente guardava o alpiste para alimentar a passarada.
O homem, no entanto, não se preocupava com os
comentários e os risos de ninguém.
Porque empinando papagaio, montando castelos,
inventando mil coisas com as caixas, ele descobrira uma fórmula especial de
compartilhar horas de lazer com o filho.
E mais do que tudo, carregando o filho nos ombros
morro abaixo e morro acima, na manhã de sol ou no cair da tarde, ele aprendera
uma maneira particular de compartilhar o amor de um pelo outro.
***
Extravasemos nossos sentimentos, demonstrando aos
nossos filhos que os amamos.
Permitamos que percebam o quanto eles significam
para os nossos corações.
Se nossos braços estiverem começando a apresentar
sinais de ferrugem, lubrifiquemo-los com o óleo de muitos abraços.
E se nossa voz anda um tanto preguiçosa para as
palavras "amo você", façamos como o pai da história e criemos
situações que nos permitam estar com nossos filhos, para as sadias brincadeiras
da infância.
Afinal, tudo é uma questão de vontade, esforço e
aprendizado.
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