UM BELO E FELIZ NATAL!
Estava um frio de rachar! A neve gelara nas quelhas junto aos muros. Não chovia e o céu estava azul sem qualquer mancha ou névoa branca. O vento amainara, mas sentia-se uma aragem gélida a beijar-nos o rosto.
Ainda ardiam os últimos madeiros no adro da igreja. Esgueiravam-se de lá, algumas crianças de caldeirinho na mão, cheio de brasas ardentes, que levavam para casa.
Já havia muitos lares em que o convívio de Natal não passava da Missa do Galo e de umas filhós para os catraios feitas no dia de consoada. Os pais tinham ido à procura de novas oportunidades para França e não era justo haver grande festa se eles por lá estavam sozinhos e sem o aconchego da família.
O Tino não se conformava. Toda a noite correra até à chaminé, onde deixara as botas bem limpas e engraxadas, como lhe havia ensinado o senhor sargento da guarda fiscal, e nada... nem uma laranjinha, uma bola, um par de meias... nada, nadinha. Como é que Jesus tinha deixado abalar o pai e ainda por cima, não lhe dava um brinquedo sequer. Ele portava-se sempre bem, como diziam todas as pessoas que o conheciam lá na aldeia.
Ao fundo da rua surgiu o vulto de uma senhora vestida de negro, lenço e xale pela cabeça. Era a sua avó Emília que lhe bradava:
_ Óh! Tino!, Então não foste ver a chaminé?
_ Fui, fui... mas o Menino Jesus nem por lá passou...
_¬ Olha que não!, como os teus sapatos já te estão muito apertados eu " merquei" umas chancas em Navas Frias e pu-las na chaminé ao pé das do teu primo Lau. E parece-me que Ele te pôs lá umas "meiotas" de algodão e uma coisa qualquer...
O Tino não correu, voou mais rápido que um pássaro. Não tardou com uma enorme trapeira forrada a retalhinhos coloridos, tal e qual como a molídia da sua irmã Josefa.
Os olhos brilhavam como cristais, a boca abria o sorriso mais lindo que lhe vira até então...
E a avó Emília achou que o neto era o seu Menino Jesus a quem ela presenteava com o seu amor e arte das suas mãos.
Estava um frio de rachar! A neve gelara nas quelhas junto aos muros. Não chovia e o céu estava azul sem qualquer mancha ou névoa branca. O vento amainara, mas sentia-se uma aragem gélida a beijar-nos o rosto.
Ainda ardiam os últimos madeiros no adro da igreja. Esgueiravam-se de lá, algumas crianças de caldeirinho na mão, cheio de brasas ardentes, que levavam para casa.
Já havia muitos lares em que o convívio de Natal não passava da Missa do Galo e de umas filhós para os catraios feitas no dia de consoada. Os pais tinham ido à procura de novas oportunidades para França e não era justo haver grande festa se eles por lá estavam sozinhos e sem o aconchego da família.
O Tino não se conformava. Toda a noite correra até à chaminé, onde deixara as botas bem limpas e engraxadas, como lhe havia ensinado o senhor sargento da guarda fiscal, e nada... nem uma laranjinha, uma bola, um par de meias... nada, nadinha. Como é que Jesus tinha deixado abalar o pai e ainda por cima, não lhe dava um brinquedo sequer. Ele portava-se sempre bem, como diziam todas as pessoas que o conheciam lá na aldeia.
Ao fundo da rua surgiu o vulto de uma senhora vestida de negro, lenço e xale pela cabeça. Era a sua avó Emília que lhe bradava:
_ Óh! Tino!, Então não foste ver a chaminé?
_ Fui, fui... mas o Menino Jesus nem por lá passou...
_¬ Olha que não!, como os teus sapatos já te estão muito apertados eu " merquei" umas chancas em Navas Frias e pu-las na chaminé ao pé das do teu primo Lau. E parece-me que Ele te pôs lá umas "meiotas" de algodão e uma coisa qualquer...
O Tino não correu, voou mais rápido que um pássaro. Não tardou com uma enorme trapeira forrada a retalhinhos coloridos, tal e qual como a molídia da sua irmã Josefa.
Os olhos brilhavam como cristais, a boca abria o sorriso mais lindo que lhe vira até então...
E a avó Emília achou que o neto era o seu Menino Jesus a quem ela presenteava com o seu amor e arte das suas mãos.
Georgina Ferro
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