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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

AS VINDIMAS

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AS VINDIMAS!

Que até ao lavar dos cestos é vindima
Dizem as pessoas por aí, à voz cheia
Verdade, verdade... é que se subestima
O alambique em festa lá na aldeia
Vides enfeixadas "arrimadas" ao canto
O alambique lavado e "relavado"
À espera que se acenda, entretanto,
Lume capaz, sem chama em demasiado
O frio já aperta fora do telheiro
Samarra ou capote vem mesmo a calhar
Uma lasca de bacalhau sobre o braseiro
Naco de pão e copito a acompanhar
Chegam os pais e mais um ou outro amigo
Trazem o realejo e a concertina
Enquanto lenta pinga, pinga... por castigo!
A desgarrada alegra a noite menina
Vêm as cachopas ao cimo do balcão
E depressa tem despique, a cantoria
Trazem com elas mais um jarro e mais pão
Nas suas vozes cantigas de alegria
O alambique, lá pinga devagarinho
Distrai-se, talvez, com o rodopio alegre
Ou com o lume esquecido e tão baixinho
E para suar, precisa de ter mais febre!
Lá vem outro feixe de vides bem "augado"
Para reanimar o calor da fogueira
Já se joga a sueca e canta-se o fado
Para aguentar o ping...ping...a noite inteira

Compartilhado de Georgina Ferro


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