LENDA DAS CAMARINHAS
A camarinha (Corema album) ou camarinheira é um arbusto da
família das Empetraceae, endémico em Portugal. Nasce espontaneamente em sistemas
dunares ou em matas baixas dos pinheirais da costa atlântica. Produz frutos
comestíveis de sabor agridoce e de aspecto leitoso e brilhante como as pérolas
(as camarinhas), e delas se confeccionam geleia e compota. A sua rama liberta
um cheiro semelhante ao mel.
Trata-se de um arbusto que poderia ser adaptado como ornamental; no entanto é muito pouco observado sem ser no seu estado natural.
Trata-se de um arbusto que poderia ser adaptado como ornamental; no entanto é muito pouco observado sem ser no seu estado natural.
Também
a Lenda das Camarinhas (tal como a do milagre das rosas e muitas outras) tem
como protagonista a Rainha Santa Isabel.
Esta mulher, que toda a vida foi compreensão e amor, não era feliz. É sabido da História que el-rei D. Dinis cedo a trocou por várias outras mulheres, de quem tinha filhos que trazia para a corte e que ela própria criou como se fossem seus. Quase esquecida pelo marido, diz a lenda que, no seu desespero, a Rainha, informada pelas aias das "andanças" do esposo, o procurava pelo Pinhal do Rei, montada no seu cavalo. Assim explica o povo a origem das camarinhas.
Esta mulher, que toda a vida foi compreensão e amor, não era feliz. É sabido da História que el-rei D. Dinis cedo a trocou por várias outras mulheres, de quem tinha filhos que trazia para a corte e que ela própria criou como se fossem seus. Quase esquecida pelo marido, diz a lenda que, no seu desespero, a Rainha, informada pelas aias das "andanças" do esposo, o procurava pelo Pinhal do Rei, montada no seu cavalo. Assim explica o povo a origem das camarinhas.
As
Camarinhas
Dizem que Santa Isabel,
Rainha de Portugal,
Montando branco corcel,
Percorria o seu pinhal!
Dizem que Santa Isabel,
Rainha de Portugal,
Montando branco corcel,
Percorria o seu pinhal!
-“Ai
do meu Esposo! Dizei!
Dizei-me, robles* reais!
Meu Dinis! Senhor meu Rei!
Em que braços suspirais?!...
Dizei-me, robles* reais!
Meu Dinis! Senhor meu Rei!
Em que braços suspirais?!...
Os
robles silenciosos
Do vasto Pinhal do Rei
Responderam receosos
– Não sei!...
Do vasto Pinhal do Rei
Responderam receosos
– Não sei!...
E
o pranto da Rainha
Nas suas faces rolava,
Regando a erva daninha
No pobre chão que pisava!
Nas suas faces rolava,
Regando a erva daninha
No pobre chão que pisava!
–
“ Ó meu Pinhal sonhador
Que o meu Rei semeou!
Dizei-me do meu Amor
E se por aqui passou...”
Que o meu Rei semeou!
Dizei-me do meu Amor
E se por aqui passou...”
Os
robles silenciosos
Do vasto Pinhal do Rei
Responderam receosos:
– Não sei !...
Do vasto Pinhal do Rei
Responderam receosos:
– Não sei !...
Mas
cristalizou-se o pranto
Em muitas bagas branquinhas
E transformou-se num manto
De brilhantes camarinhas!...
Em muitas bagas branquinhas
E transformou-se num manto
De brilhantes camarinhas!...
Eis
que repara a Rainha
Numa casa iluminada...
– “ Quem vela nesta casinha
Numa hora adiantada ?!...”
Numa casa iluminada...
– “ Quem vela nesta casinha
Numa hora adiantada ?!...”
Os
robles silenciosos,
Tão tristes que nem eu sei,
Responderam receosos:
– O Rei!...
Tão tristes que nem eu sei,
Responderam receosos:
– O Rei!...
*
robles = nome popular por
que também são conhecidos
os carvalhos comuns.
que também são conhecidos
os carvalhos comuns.
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