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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

ADEUS!!! Minha TERRA!

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ADEUS!!! Minha TERRA!
.
Adeus, ó minha terra de menina
Onde saúde e pão, sobre a mesa,
Carinhos e fartura é ter riqueza
Mais que diamante ou prata fina
.
Adeus, ó minha casa pequenina
Que ouviste as minhas gargalhadas
Abafaste as lágrimas choradas
E canções entoadas em surdina
.
Adeus, altos carvalhos e castanheiros
A vós, terras de cultivo e lameiros,
E azenha do milho e centeio
.
A ti, Campanário das Avé Marias
Que ao pôr-de-sol de todos os dias
Reunes, num só, o Amor alheio.

Georgina Ferro

O CARÁTER INTERNACIONAL DO POVO PORTUGUÊS!


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O CARÁTER INTERNACIONAL DO POVO PORTUGUÊS!

Se  tem um problema intrincado, vê-se grego;
Se não compreende alguma coisa, aquilo é chinês;
Se trabalha  de manhã à noite, trabalha como um mouro;
Se vê uma invenção moderna, é uma americanice;
Se alguém fala muito depressa, fala como um espanhol;
Se alguém vive com luxo, vive à grande e à francesa;
Se alguém quer causar boa impressão, é só para inglês ver;
Se alguém tenta regatear um preço, é pior que um cigano;
Se alguém é agarrado ao dinheiro, é pior que um judeu;
Se vê alguém a divertir-se, está a gozar que nem um preto;
Se vê alguém com um fato claro vestido, parece um brasileiro;
Se vê uma loura alta e bonita, parece uma autêntica sueca;
Se quer um café curtinho, pede uma italiana;
Se vê horários serem cumpridos, trata-se de pontualidade britânica;
Se vê um militar bem fardado, parece um soldado alemão;
Se uma máquina funciona bem, é como um relógio suíço;
Mas quando alguma coisa corre mal, é "à portuguesa".....

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APRENDENDO SEMPRE!




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APRENDENDO SEMPRE!

EU APRENDI
que a melhor sala de aula do mundo
está aos pés de uma pessoa mais velha;

EU APRENDI
que ser gentil é mais importante do que estar certo;
EU APRENDI
que eu sempre posso fazer uma prece por alguém
quando não tenho a força para
ajudá-lo de alguma outra forma;
EU APRENDI
que não importa quanta seriedade a vida exija de você,
cada um de nós precisa de um amigo
brincalhão para se divertir junto;
EU APRENDI
que algumas vezes tudo o que precisamos
é de uma mão para segurar
e um coração para nos entender;
EU APRENDI
que deveríamos ser gratos a Deus
por não nos dar tudo que lhe pedimos;
EU APRENDI
que dinheiro não compra “classe”;
EU APRENDI
que são os pequenos acontecimentos
diários que tornam a vida espetacular;
EU APRENDI
que debaixo da “casca grossa” existe uma pessoa
que deseja ser apreciada,
compreendida e amada;
EU APRENDI
que Deus não fez tudo num só dia;
o que me faz pensar que eu possa?
EU APRENDI
que ignorar os fatos não os altera;
EU APRENDI
que o AMOR, e não o TEMPO,
é que cura todas as feridas;
EU APRENDI
que cada pessoa que a gente conhece
deve ser saudada com um sorriso;
EU APRENDI
que ninguém é perfeito
até que você se apaixone por essa pessoa;
EU APRENDI
que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
EU APRENDI
que as oportunidades nunca são perdidas;
alguém vai aproveitar as que você perdeu.
EU APRENDI
que quando o ancoradouro se torna amargo
a felicidade vai aportar em outro lugar;
EU APRENDI
que devemos sempre ter palavras doces e gentis
pois amanhã talvez tenhamos que engolí-las;
EU APRENDI
que um sorriso é a maneira mais barata
de melhorar sua aparência;
EU APRENDI
que todos querem viver no topo da montanha,
mas toda felicidade e crescimento
ocorre quando você esta escalando-a;
EU APRENDI
Que quanto menos tempo tenho,
mais coisas consigo fazer.


ACORDA...!

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ACORDA...!

· Acorda, o dia já nasceu!
Olha o sol, olha a chuva,
olha a vida acontecendo...
Abre teus olhos e sente, são teus olhos
que vêem e experimentam todas as cores,
são tuas mãos que tocam o mundo,
é teu espírito que toca a vida,
trazendo ao teu coração a certeza de que tudo está disponível para que tu despertes contente.
Tantas coisas te esperam neste dia...
Dá a chance para que teu ser
esteja presente a cada momento,
dá a oportunidade para que teu ser cresça, expanda rumo à luz amorosa que sempre
está a te iluminar mesmo quando
não sentes a sua presença...
Dá tempo, dá carinho a ti mesmo.
Ouve a tua verdade, tuas necessidades...
Dá amor, dá alegria a ti e a todos aqueles que cruzarem o teu caminho neste dia.
Alimenta este estado, pois tua vida
começa aqui, agora, neste momento.
Preserva as águas límpidas que banham teu ser, rega as flores que perfumam tuas mãos,
traz o silêncio para dentro de ti quando teus olhos se fecharem na ânsia de sentir a amorosidade que avança, mostrando,
pouco a pouco, que és parte desta grande celebração que é a vida,
a tua vida!


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OLHOS FIXOS...!

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OLHOS FIXOS...!

Um adolescente, após ter sido castigado por seus pais  várias vezes, e chegado à conclusão de que não conseguiria se corrigir, dirigiu-se ao diretor do colégio e humildemente perguntou: Professor, o que devo fazer para não cometer esses erros novamente? Tenho me esforçado, mas não estou conseguindo!

O mestre então, sabiamente, tomou um copo, encheu-o de água e entregou-o ao jovem, dizendo: Filho, ande  com esse copo por todo o colégio, entre em todas as salas, suba e desça todas as escadas, entre em todos os cantos e becos, nos jardins, no sótão e volte aqui sem derramar uma só gota dessa água.
Impossível - disse o jovem - não vou  conseguir!
Se você quiser vai conseguir sim - disse o mestre.

O jovem saiu, devagar, com os olhos fixos no copo.
 Subiu e desceu escadas, entrou e saiu de salas, cantos e becos, sótão, jardins, e voltou sem ter derramado a água.
O mestre olha-o, bate-lhe nos ombros carinhosamente e diz: Não viu as garotas que passeavam pelo jardim no horário de aulas? Os colegas que te convidam para um copo de bebida, ou uma  tragadinha um cigarrinho?

Não - responde o jovem - eu estava com os olhos fixos no copo.
 O mestre sorri, e diz: Se você fixar os olhos em Deus, como fez com o copo, terá a força que tanto precisa para vencer as tentações e não cometerá mais as faltas pelas quais tem sido castigado.
Olha para Deus, e deixe-o ser o rumo da sua vida!

Rivalcir.
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FELIZ POR VIVER!



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FELIZ POR VIVER!

Que sua presença seja sempre um sopro de ar puro para o ambiente em que estiver. Que sua pessoa seja digna de confiança, mas com um toque de criatividade.

Disponível, mas sem esquecer-se de si. Incansável pelo ideal, mas satisfeita com a vida.
Ligada aos amigos, mas capaz de pensar distante.

Não conte os anos que já viveu, mas ame a vida simplesmente. Ocupe-se intensamente no que faz sem pensar no que poderia ter feito.

E se um dia já não puder seguir fisicamente o ritmo habitual, descubra mil outras coisas para fazer, outros mundos para explorar e pessoas para amar, mantendo a paz e o entusiasmo no espírito.

Assim, muitos buscarão a sua amizade, pela sua alegria contagiante, pela sua inspiração que sugere e sobretudo  pelo exemplo que proporciona de uma vida plenamente realizada.

Rivalcir

MAIS IMPORTANTE É... O CAMINHO!

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MAIS IMPORTANTE É... O CAMINHO!

"A gente vai aprendendo que  o caminho é mais importante do que o chegar e que é necessário saber contemplar a paisagem pra escutar o que ela te comunica.
A gente vai aprendendo que nem tudo que chega fica, mas que se veio de alguma forma foi pra nos construir um pouco mais, ainda que na hora nos destrua.
A gente vai percebendo, que muitas vezes, é do outro lado da rua que está algo que buscamos tanto, e que, a travessia se faz necessária, apesar de todos os riscos, de todos os prantos.
A gente aprende,  que um desenho vai muito além do traço e da cor, um desenho são linhas que o coração faz pra formar uma obra final.
E aprendi,  que o desenho da vida nunca fica igual ao longo dos anos, coisas se apagam, outras se rasuram, outras se acrescentam.
Fui aprendendo que pra todo sentimento existe prazo de validade e que só a sabedoria, de mãos dadas com a idade, é capaz de esticá-los mais ou menos tempo dentro de nós.
Aprendi a desaprender também, pois fui percebendo que ninguém pode chegar em mim além do que eu mesma permita.
Assim, aprendi a esperar menos dos outros, pois vejo como tudo é frágil demais ou sensível de menos.
Assim, aprendi a não esperar de alguém que não te alcança no coração, que te ultrapasse com atitudes, pois tudo, exatamente tudo que me proponho a me jogar, tem a altitude que eu escolhi ter.
Aprendi "Com Sequências" de erros, que se acerta ou se aceita diariamente quem tem como opção simplesmente SER. "

Compartilhado Sil

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ESCUTAR A VERDADE!

E o primeiro Conselho da anciã foi "Escutar a verdade", se você chegou até mim " disse ela, pare tudo e sente-se ao meu lado, venha, claro que pode chorar, a sua força vem da entrega, não lute contra si mesma, me dê a mão filha amada, que no calor do meu abraço você recorde sua missão, quem você é em cada passo dessa jornada na terra, que somos fios antigos e diferentes nessa única teia planetária.
Sente?
Cada reverberação pulsa agora no teu campo de memórias, vamos relembrar juntas quem somos?
E quando houver reflexo, nesse espelho das relações, que não sejam distorções doentias e cruéis da intolerância e do medo.
Lembrar que carregamos em nosso ventre a criação inteira
Deixe os pés descalços, folha, pedra ou bicho, cada forma luminosa de expressão do grande mistério carrega a sabedoria, beba dessa sagrada fonte infinita, toque na seiva desse néctar da manhã de um novo dia, cada ser dança seu próprio ritmo, aprenda a silenciar para escutar, quanto mais você argumentar, mais funda será sua dor, solte as amarras da domesticação.
A coleira dos bons méritos, que o feminino é um alvo frágil, os prêmios por bom comportamento, solte aquilo que não faz sentido para que o coração seja ouvido, perdoe.
Onde está seu ritmo em todas suas escolhas?
Respire sem medo dos ventos mudarem o curso do seu destino.
Se não for esse emprego, essa relação, essa amizade... ter a coragem de ser guiada pela verdade.
Sem medo de ser descoberta por detrás das densas máscaras.
Deixa ir embora quem não é você, o abuso que já passou, o passado cristalizado em mudos acessos de raiva.
Fale comigo, a verdade nem sempre é o caminho mais luminoso, mas se cultivada, se nutrida diariamente, poderá iluminar uma vida inteira,
você está cansada, eu sei que está exausta, mas confie em mim.
A vida não desistirá de você, por mais que seu corpo tombe na terra.
Você não está só, vamos conversar através de todas nossas relações.
Cada ser que já cruzou seu caminho, cada aprendizagem, mesmo a dor mais profunda te conecta, sem desvios, a fonte original, seja grata.
Essa conversa não têm hora, nem dia, nem local para acontecer, onde estiver nesse momento,
Quando você pensar em mim, estarei ao seu lado filha amada, permita que meu Conselho entre em sua vida nesse instante.
Você não precisa se armar toda para não ser ferida, quanto mais você se defender mais será atacada,
Entregue a mim toda modalidade de armas pesadas; todo julgamento, toda condenação, a mentira, a competição, a inveja.
Vê aquela formiga? E a águia lá no firmamento? São belas e plenas em si mesmas, não sofrem por se compararem uma a outra, porque elas sabem que são formas em movimento dentro da unidade e que cada uma tem seu próprio espaço,
Você não precisa nem mesmo ser amada, o amor não é uma necessidade, ninguém pode amar com esse peso, essa obrigação.
O AMOR é um estado de Ser.
Não tenha a compulsão de amor, toda necessidade está ligada ao desejo, e o desejo é um vício,
Ame o ser e o todo se manifestará através de você,
Unida, em paz com sua história,
nem mesmo ter uma resposta pronta para tudo, para ser aceita, não precisa fugir quando a dor contorcer seu corpo, nem mesmo forjar suas mágoas dizendo que está tudo bem,
quando o abismo está correndo em suas veias,
Vem, vamos conversar através de todas nossas emoções mais secretas, e a permissão de deixar ir o que não te serve mais.
Entregue aos ventos teus suspiros violentos e lá estarei, tocando gentilmente seus cabelos, traçando seus sonhos, com a doce melodia de todas as almas
Eu sou a Guardiã da primeira lua aquela que fala com todas as relações...
E eu falei.


Texto de Awarani Araising Joy 

O CAMINHO DE VOLTA...!!!

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O CAMINHO DE VOLTA...!!!

Vi a placa de retorno e estou assim, procurando o caminho de volta...

"Já estou voltando!  Só tenho 50 anos e já estou fazendo o caminho de volta.
Até o ano passado eu ainda estava indo... Indo morar no apartamento mais alto, do prédio mais alto, do bairro mais nobre. Indo comprar o carro do ano, a bolsa de marca, a roupa da moda.
Claro que para isso, durante o caminho de ida, eu fazia hora extra, fazia serão, fazia dos fins de semana eternas segundas-feiras.
Até que um dia, meu filho quase chamou a babá de mãe!
Mas, com quase cinquenta, eu estava chegando lá.
Onde mesmo? No que ninguém conseguiu responder.
Eu imaginei que quando chegasse lá, ia ter uma placa com a palavra "fim". Antes dela, avistei a placa de "retorno" e, nela mesmo, dei meia volta.
Comprei uma casa no campo (maneira chique de falar, mas ela é no meio do mato mesmo). É longe que só a gota serena! Longe do prédio mais alto, do bairro mais chique, do carro mais novo, da hora extra, da babá quase mãe.
Agora tenho menos dinheiro e mais filho.
Menos marca e mais tempo.
E não é que meus pais (que quando eu morava no bairro nobre me visitaram quatro vezes em quatro anos), agora vêm pra cá todo fim de semana?
E meu filho anda de bicicleta, eu rego as plantas e meu marido descobriu que gosta de cozinhar (principalmente quando os ingredientes vêm da horta que ele mesmo plantou).
Por aqui, quando chove, a Internet não chega.
Fico torcendo que chova, porque é quando meu filho, espontaneamente (por falta do que fazer mesmo), abre um livro e, pasmem, lê.
E no que alguém diz: "a internet voltou!", já é tarde demais, porque o livro já está melhor que o Facebook, o Instagram e o Snapchat juntos.
Aqui se chama "aldeia" e tal qual uma aldeia indígena, vira e mexe eu faço a dança da chuva, o chá com a planta, a rede de cama.
Aos domingos, converso com os vizinhos.
Nas segundas, vou trabalhar, contando as horas para voltar...
Aí eu me lembro da placa "retorno", e acho que nela deveria ter um subtítulo que diz assim: "retorno – última chance de você salvar sua vida!"
Você, provavelmente, ainda está indo.
Não é culpa sua. É culpa do comercial que disse: "Compre um e leve dois".
 Nós, da banda de cá, esperamos sua visita.
Porque sim, mais dia menos dia, você também vai querer fazer o caminho de volta..."
CUIDE DO SEU TEMPO, CUIDE DA SUA FAMÍLIA.

Que possamos encontrar a “placa de retorno” e valorizar o que realmente é importante!💕🌹

(Teta Barbosa - jornalista, publicitária.


QUANDO...!!!

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QUANDO...!!!

“QUANDO SENTIR TRISTEZA, sentado, dê palmadas em suas pernas, isso lhe fará recordar as batidas do seu coração.

QUANDO N
ÃO ENTENDER NADA, acenda uma vela ou um incenso, a claridade chegará à sua alma.

QUANDO SENTIR MEDO, entre em contato com a natureza, feche os olhos e receberá a tranquilidade que emana de sua essência.

QUANDO SENTIR APEGO, conte ao fogo, ele é mestre em transmutar estados.

QUANDO SE SENTIR ESTAGNADO, fale com a água, ela sabe de movimentos, flui e não se agarra a nada.

QUANDO SEUS PENSAMENTOS NÃO PARAREM, preste atenção à sua respiração, ela lhe trará de volta ao momento presente.

QUANDO PERDER SUA CONEXÃO, fale consigo mesmo, com seu Eu Superior, ele lhe recordará de onde você vem.

QUANDO SENTIR DESEJO DE MORRER, fale com a terra, ela sabe de renascimentos.

Não se sinta só, pois todos somos UM, vivendo a ilusão de que estamos separados.
Estamos acompanhados dos astros, da natureza e de outros, que usam uma roupagem como a nossa para viver nesta Terra.
Se conecte com a natureza, se conecte consigo mesmo.”
Autor desconhecido.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

LENDA DE NOSSA SENHORA DO CAIS- SETÚBAL.


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LENDA DE NOSSA SENHORA DO CAIS - SETÚBAL

Narra em velhos documentos que o nobre fidalgo D. Manuel Vaz de Castro tinha como esposa a mais bela mulher de Setúbal. Chamava-se Ester e, como o seu nome indica, era de ascendência judaica. De Ester, vivia enamorado — estranhamente, loucamente enamorado! — um pobre pescador chamado Valentim de Jesus.
Em noites claras de luar, Valentim saía no seu barquinho e vogava diante do palácio, em cuja varanda luzia a formosura de Ester.
Ah! Mas esta paixão podia sair bem cara a Valentim! Por isso mesmo, o Tio Augusto, seu velho pai, de rosto cortado pelos sóis e pelas vagas, mais de uma vez o quis desviar do caminho da tentação. Dizia-lhe, apreensivo:
— Rapaz, ouve o que te digo! Não olhes para tão alto... És capaz de cegar! Tens as raparigas da tua laia que ainda não casaram! Qualquer delas daria a vida por ti.
Valentim baixava a cabeça e respondia com humildade:
— Pai, eu sei que tem razão! Eu próprio muitas vezes me censuro e condeno. Mas de que me serve a razão? Já não posso arrancar dos olhos a imagem dela!
— Pois toma cuidado, meu filho, senão arrancam-te os olhos a ti! D. Manuel é forte e poderoso, como sabes... Basta uma palavra dele...
O rapaz olhava o pai, e não só os seus olhos reflectiam tristeza. As suas palavras eram um verdadeiro rosário de amarguras:
— Pai, perdoe-me! Mas para mim basta-me uma palavra dela!
Assustado, o pai tentava impor a sua autoridade.
— Filho, pensa no que dizes! Essa mulher enlouqueceu-te! Será capaz de te matar!
E Valentim respondia invariavelmente:
— Que importa? Eu serei capaz de morrer por ela!
Os tempos passaram. Cada vez mais forte, a paixão doida foi inundando o coração de Valentim. O amor deu-lhe ousadia. Ester sorria-lhe de longe, e esse sorriso incitava-o. Talvez por isso, numa noite serena, vendo Ester debruçada na sua grande varanda, atreveu-se a subir até ela. A mulher recuou assustada. Mas Valentim depressa a sossegou:
— Senhora, perdoai-me! Mas o fogo que arde em mim não me deixa calar por mais tempo.
Na sua voz doce, ela inquiriu:
— E que ides dizer?
Valentim aproximou-se dela. A brisa que corria leve acariciava-lhe o rosto e as mãos. Ester fez um gesto a detê-lo. Os seus olhos estavam presos aos dele. E como Valentim se preparasse para responder-lhe, ela apressou-se a falar:
— Já sei o que ides dizer! Já sei! Eu vejo-vos todos os dias o mesmo olhar, a mesma esperança… Pobre jovem! Bem cruel é o vosso destino!
— Cruel, porquê, senhora, se vos oiço… se vos vejo… se vos sinto tão perto de mim?...
Ela baixou a voz.
— Precisamente por isso… porque pecais pensando em mim... e porque me obrigais a pecar, pensando em vós. Ide! Fugi enquanto é tempo... Ai, se o meu marido vos descobre!... Sois novo e a vida é tão bela! Procurai outra mulher… Esquecei-me!
Ele sussurrou-lhe:
— Impossível!
— Porquê? Fugi para bem longe!
— É como se me ordenásseis — ficai! — Como poderei fugir e procurar outra, se o meu coração pesa demais para o fazer? Pesa tanto, que tenho a impressão de que não mais sairei daqui!...
O moço Valentim tinha razão nos seus pressentimentos. Ouvindo vozes na varanda, D. Manuel Vaz de Castro apareceu de súbito, gritando:
— Quem és tu, vilão?
Valentim perfilou-se na sua frente.
— Um homem, senhor fidalgo. Sou apenas um homem.
— Pois não o serás mais!
E ajuntando o gesto à palavra, o fidalgo ergueu a espada e embebeu-a no corpo de Valentim, gritando ainda:
— Toma, vilão! É assim que eu falo com os da tua laia!
O corpo de Valentim caiu, banhado em sangue. Ester, com o desespero no coração, gritava alucinada:
— Senhor! Piedade! Piedade!
Mas o fidalgo, voltando-lhe as costas, respondeu-lhe com serenidade aparente:
— Calai-vos! Que eu não vos oiça... para ignorar que estais aqui! Quanto a este vilão, vou atirá-lo ao mar. Que as ondas o levem para bem longe!
Ester levou as mãos ao rosto para não ver o corpo ensanguentado e já sem vida de Valentim. Um choro convulsivo sacudiu-a. E um baque surdo nas águas tranquilas repercutiu-se no seu coração...

Sempre caprichosas, as ondas não levaram para longe o corpo de Valentim. Na manhã seguinte, quando o Tio Augusto saiu de casa e desceu à praia, os seus olhos quedaram-se atónitos, fitando aquele corpo inanimado.
Correu para ele. Afagou-lhe os cabelos empastados, chorando e falando ao mesmo tempo.
— Meu filho! Meu Valentim! Não me quiseste ouvir… não quiseste ouvir a razão! Meu pobre filho! Que a maldição caia sobre os que te mataram!

Isto é o que conta a História. Porém, a Lenda acrescenta que Ester, transtornada por quanto se passara na sua frente, abandonou a casa do marido e recolheu a um convento, entregando-se a uma vida exemplar de sacrifício e devoção. E o caso foi esmorecendo no rancor do povo. Todavia, um homem continuava a não lhe perdoar: Augusto, o pai de Valentim. Quando vinham contar-lhe algum acto de grande caridade praticado por Ester e louvavam a sua conduta, ele exclamava furioso:
— Não me venham dizer que essa mulher é santa! É a criatura mais falsa que eu conheço!... Foi ela a única culpada da morte do meu Valentim!
Ora, esta opinião do velho Augusto chegou aos ouvidos de Ester. E logo ela enviou alguém a suplicar-lhe que viesse falar com ela ao convento.

Assediado, ele acedeu de má vontade. Mal o viu, Ester deixou correr livremente o pranto que a oprimia. Depois falou-lhe, cheia de humildade:
— Sei a razão do vosso ódio. Reconheço que, em parte, fui culpada da morte do vosso filho. Eu nunca deveria ter alimentado a esperança no coração desse belo moço. O meu arrependimento é sincero. Apoquenta-me o remorso. E peço a Deus que me atormente com os castigos que mereço! A morte de Valentim foi o começo do meu calvário!
A voz extinguiu-se-lhe no peito. A comoção sufocava-a. Porém o velho, com a chaga do desespero cada vez mais viva, gritou colérico:
— Impostora! Nem um milagre ouvis bem? — nem um milagre me faria mudar de opinião a vosso respeito! Sois a mais miserável das criaturas!
Ela mordeu os lábios, curvou a cabeça e murmurou apenas:
— Que se cumpra em mim a Soberana Vontade do Senhor!
Em silêncio, o velho retirou-se. E a pobre monja recolheu-se também — mais humilde, mais abatida, mais distante daquela mulher bela e airosa que Valentim descobrira certo dia.

Conta ainda a lenda que, não muito tempo depois da conversa do Tio Augusto com a monja do convento, o tal milagre em que ele falara deu-se na verdade!
Ali, no cais de Setúbal, havia uma imagem de Nossa Senhora, adorada pelos pescadores. Certa vez, no turbilhão das lutas, atiraram essa imagem ao mar. Um pescador velho mas corajoso atreveu-se a ir buscá-la debaixo das balas. Era o Tio Augusto. Mas quando chegou a terra e os outros o rodearam, parecia aparvalhado, olhando a imagem de Nossa Senhora. Como lhe perguntassem o que se passava, ele, no auge da excitação gritou-lhes:
— Vejam! Estão a ver? É a Nossa Senhora... mas com a cara da outra… daquela que matou o meu filho! Afinal… deu-se o milagre! Ela deve falar verdade! Deve ser hoje uma pessoa de bem! Bendito seja o nome de Deus!
Em coro os outros responderam:
— Ámen!
Tomado dum repentino ataque de choro, o velho lobo do mar, que afrontara as ondas e afrontara as balas, caiu de joelhos, beijando a imagem da Senhora do Cais!
E desde esse tempo, na tradição lendária, a imagem de Nossa Senhora do Cais que ainda hoje existe em Setúbal — num novo nicho e sempre adorada pelos pescadores — tem o rosto daquela que se pusera ao serviço de Deus para apagar o pecado de ter consentido, sendo esposa dum poderoso fidalgo, no amor dum pobre homem do mar.

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LENDAS DAS CAMARINHAS!

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LENDA DAS CAMARINHAS
A camarinha (Corema album) ou camarinheira é um arbusto da família das Empetraceae, endémico em Portugal. Nasce espontaneamente em sistemas dunares ou em matas baixas dos pinheirais da costa atlântica. Produz frutos comestíveis de sabor agridoce e de aspecto leitoso e brilhante como as pérolas (as camarinhas), e delas se confeccionam geleia e compota. A sua rama liberta um cheiro semelhante ao mel.
Trata-se de um arbusto que poderia ser adaptado como ornamental; no entanto é muito pouco observado sem ser no seu estado natural.
Também a Lenda das Camarinhas (tal como a do milagre das rosas e muitas outras) tem como protagonista a Rainha Santa Isabel.
Esta mulher, que toda a vida foi compreensão e amor, não era feliz. É sabido da História que el-rei D. Dinis cedo a trocou por várias outras mulheres, de quem tinha filhos que trazia para a corte e que ela própria criou como se fossem seus. Quase esquecida pelo marido, diz a lenda que, no seu desespero, a Rainha, informada pelas aias das "andanças" do esposo, o procurava pelo Pinhal do Rei, montada no seu cavalo. Assim explica o povo a origem das camarinhas.
As Camarinhas
Dizem que Santa Isabel,
Rainha de Portugal,
Montando branco corcel,
Percorria o seu pinhal!
-“Ai do meu Esposo! Dizei!
Dizei-me, robles* reais!
Meu Dinis! Senhor meu Rei!
Em que braços suspirais?!...
Os robles silenciosos
Do vasto Pinhal do Rei
Responderam receosos
– Não sei!...
E o pranto da Rainha
Nas suas faces rolava,
Regando a erva daninha
No pobre chão que pisava!
– “ Ó meu Pinhal sonhador
Que o meu Rei semeou!
Dizei-me do meu Amor
E se por aqui passou...”
Os robles silenciosos
Do vasto Pinhal do Rei
Responderam receosos:
– Não sei !...
Mas cristalizou-se o pranto
Em muitas bagas branquinhas
E transformou-se num manto
De brilhantes camarinhas!...
Eis que repara a Rainha
Numa casa iluminada...
– “ Quem vela nesta casinha
Numa hora adiantada ?!...”
Os robles silenciosos,
Tão tristes que nem eu sei,
Responderam receosos:
– O Rei!...
* robles = nome popular por
que também são conhecidos
os carvalhos comuns.