PARA SER FELIZ, É PRECISO IGNORAR!!!
Dizem que
uma vez, um homem se aproximou de Buda e, sem dizer uma palavra, cuspiu-lhe em
seu rosto. Seus discípulos ficaram super bravos.
Ananda, o discípulo mais próximo, perguntou a Buda:
Ananda, o discípulo mais próximo, perguntou a Buda:
Dê-me
permissão para dar a este homem o que ele merece!
Buda se
enxugou calmamente e respondeu a Ananda:
_ Não. Vou
falar eu com ele.
E juntando
as palmas das mãos em sinal de reverência, Buda disse ao homem:
_
Obrigado. Com seu gesto, você permitiu que eu visse que a raiva me abandonou.
Estou extremamente agradecido. Seu gesto também mostrou que Ananda e os outros
discípulos ainda são assaltados pela raiva. Obrigado! Somos muito gratos!
Obviamente,
o homem não acreditou no que ouviu, ele se sentiu comovido e angustiado. Ele
não conseguia explicar o que tinha acontecido. Ele foi acometido por um tremor
por todo o corpo e seu suor molhou os lençóis onde dormiu. Em sua vida, nunca
havia conhecido um homem com um carisma tão forte. O Buda modificou todos os
seus pensamentos e todo o seu modo de viver e agir.
Na manhã
seguinte, o homem voltou ao mestre e jogou-se aos seus pés. Então o Buda se
voltou para Ananda:
_ Você
viu? Esse homem voltou para me dizer algo. Esse gesto de tocar meus pés é a
maneira dele me dizer algo que não poderia ser explicado em palavras.
O homem
olhou para o Buda e disse:
_
Perdoe-me pelo que fiz com você ontem.
O mestre
respondeu que não havia nada para perdoá-lo e explicou-lhe:
_ Como o
fluxo do Ganges faz com que suas águas nunca sejam as mesmas, então nenhum
homem é o mesmo de antes. Eu não sou a mesma pessoa com a qual você esteve ontem.
E nem mesmo aquele que me cuspiu, está agora aqui. Não vejo ninguém tão bravo
quanto a ele. Agora você não é mais o mesmo homem de ontem, você não está
fazendo nada comigo, então não há nada de que eu possa te perdoar. As duas
pessoas, o homem que cuspiu e o homem que recebeu o cuspe, já não estão mais
aqui. Então, agora vamos falar de outra coisa.
A pessoa
sincera e justa, de acordo com o Buda, não tem motivos para reagir às ofensas
porque estas provêm da imagem que uma mente distorcida pode ter e não da
realidade dos fatos. Então, se alguém se comportar mal com você, não deixe sua
atitude alterar seu equilíbrio psicológico. Isso só prejudica você e a quem você
dá muita importância.
Buda então
nos ensina que as coisas podem mudar rapidamente e também que devemos ter
inteligência para compreender isso. Às vezes, passam-se meses antes das
desculpas chegarem (se é que chegam), mas o mestre nos diz que não há motivo
para levar a mal algo que, tendo passado, no presente já não existe mais.
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