O REI ARTHUR E OS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA!
A jornada dos heróis que procuram
encontrar o Graal é descrita desde a Antiguidade. As primeiras histórias são as
dos Cavaleiros do Rei Artur – os Cavaleiros da Távola Redonda –, nas quais
conhecemos personagens marcantes como Lancelot e Percival.
Nos tempos modernos podemos verificar
essa mesma busca acontecendo de outras formas com todos os heróis e heroínas,
dos quais: Frodo, Alice (do País das Maravilhas), Harry Potter, Luke Skywalker,
Percy Jackson etc. Todos estão lutando para encontrar algo importante. Suas
jornadas podem ser em busca do anel do poder, das relíquias da morte de
Voldemort, do raio de Zeus etc., mas notem que sempre existe algo sobrenatural,
com poderes especiais, a ser encontrado. Para Alice, o item a ser encontrado
era mais intrigante ainda: ela estava tentando encontrar a si mesma, dentro da
toca do coelho, curiosamente. Cavaleiro
Um herói muito famoso dos tempos
atuais é Indiana Jones. Suas várias aventuras retratadas nos filmes de Steven
Spielberg remontam à jornada do Cavaleiro que também busca algo precioso e que
o conecta ao propósito de sua missão pessoal. Em especial, no filme A ÚLTIMA
CRUZADA, ele sai justamente procurando o Santo Graal e, para isso, vai seguindo
as dicas deixadas por seu pai em uma caderneta de estudos. Na vida também é
assim – recebemos ensinamentos de nossos pais, amigos, instituições como a
escola ou a própria OGG e isso tudo deve nos dar a Sabedoria necessária para
descobrir as trilhas de nosso caminho, bem como nos ajudar a fazer as escolhas
certas quando a estrada apresenta bifurcações ou becos sem saída.
No final de sua aventura, já próximo
do Graal, Indiana Jones tem que enfrentar três provas de honra – como deve
fazer todo Cavaleiro para mostrar seu mérito. Gostaria de me aprofundar em uma
dessas provas, que foi chamada no filme de “O Salto da Fé”. Jones precisa
chegar ao Templo onde está a taça sagrada, mas há um abismo tenebroso separando
o local em que ele está e a entrada do Templo. A distância para pular é
humanamente impossível. É terrível, pois o herói está tão perto de seu sagrado
objetivo e, ao mesmo tempo, tão longe. Ele resgata a caderneta de seu pai e lá
está o desenho explicando o que precisa ser feito. Ele diz: “Apenas aquele que
tem fé passará.” Indiana Jones vê no desenho o herói passando pelo desfiladeiro
e caminhando no invisível, enquanto aqueles sem fé são engolidos pelo buraco
que se encontra entre uma ponta e outra da passagem.
Há um simbolismo muito interessante
nessa passagem. O pensador Soren Kierkegaard, dinamarquês do século 19, falava
do “salto da fé” quando abordava a capacidade do ser humano de se transformar.
Para ele, qualquer um de nós pode ser exatamente aquilo que desejar, bastando
para tanto ter fé em si mesmo. Um lado do desfiladeiro, nesta perspectiva,
corresponde à pessoa que sou hoje. Já o lado de lá representa a pessoa que
quero ser – com mais qualidades, menos fraquezas, mais preparado para a vida e
mais desenvolvido espiritualmente. Já a fé que é necessária para passar pelo desfiladeiro e
conseguir caminhar no invisível é a fé em nossa própria capacidade de nos
autotransformarmos e nos tornamos essa pessoa melhor que tanto almejamos. Para
Søren Kierkegaard, todos têm condição de alcançar o desenvolvimento pessoal,
desde que sejam capazes de realizar ao longo de suas vidas seus “saltos de fé”.
Em nosso filme INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA, nosso herói coloca a
mão no coração, fecha os olhos e coloca o pé direito na direção do vazio.
Quando seu corpo começa a fazer um movimento de queda, ele pisa em algo. Nesse
momento percebe que havia sim uma “ponte”, uma espécie de passagem, mas uma
ilusão de ótica fazia parecer que nada havia ali além do buraco. Com essa
descoberta, ele é capaz de passar pelo desfiladeiro e encontrar o Graal que
salvaria a vida de seu pai.
O Graal acaba por ser esse elemento que existe
dentro da gente e que é especial, sagrado e precioso. Ele está lá, com certeza
– dentro do nosso Templo Interior. Isso faz de cada ser humano alguém
extremamente especial e importante. Todos temos nosso valor. Precisamos
encontrar esse bem precioso, tendo fé em nosso potencial interior para
posteriormente, como um Guia do Graal, colocar esse bem tão raro e valioso para
ajudar o mundo e todos os seus seres viventes.
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