Deus não tem pressa...!
Você já se deu conta de que Deus não tem pressa?
A
pressa é um dos maiores males dos tempos modernos.
É como se a Humanidade desejasse
acelerar os acontecimentos num período de tempo muito curto.
E a
educação das nossas crianças não foge à regra.
Quando
nosso filho procede com infantilidade aos cinco anos de idade, por exemplo,
dizemos: Por que não se comporta como um homenzinho?
Qualquer
pessoa sensata sabe que ele não é um homenzinho. Mas queremos que a criança aja
como adulto, não porque seja bom para ela, mas porque é conveniente para nós.
Talvez não porque achemos isso
certo, mas porque estamos impacientes.
Roubamos
os nossos filhos quando os fazemos atravessar às pressas a infância. Também a nós
logramos porque perdemos a oportunidade de nos deixar contagiar pela sua
inocência, sua curiosidade espontânea, sua admiração natural, sua alegria sem
restrições.
Muitas
vezes, a nossa impaciência impede o desenvolvimento de grandes inteligências e
de grandes almas, porque esquecemos de que a assimilação do bem é um processo
lento...
Certa
vez, um pai perguntou ao Diretor de uma Universidade se o Currículo Escolar não
poderia ser simplificado para que seu filho pudesse ir por um caminho mais curto.
Sem dúvida, respondeu o
educador.
Tudo depende, porém, do que o senhor queira fazer do seu filho.
Quando Deus quer
fazer um carvalho, por exemplo, leva cem anos.
Quando quer fazer uma abóbora, precisa apenas
de três meses.
É
comum nos esquecermos de que as engrenagens das nossas vidas estão interligadas
com as do Criador.
Assim sendo, como os dentes das
engrenagens dos planos de Deus são mais fortes do que os das nossas, quando
aceleramos mais que Deus, as nossas se quebram.
E por essa razão, cansamo-nos,
despedaçamo-nos!
A
natureza nos oferece muitas indicações de que o nosso ritmo alucinado não é
normal.
Quando
saímos dos lugares superlotados, fugimos dos horários e andamos por entre as
árvores que crescem devagar e as montanhas silenciosas que parecem estar sempre
tranquilas, absorvemos um pouco da serenidade e da calma da natureza.
No
entanto, não devemos confundir paciência com passividade, inércia, e esperar
que tudo seja feito por nós.
Paciência é determinação de
começar cedo a empregar o tempo para realizar coisas úteis.
A
melhor ilustração de tudo isso pode ser o caso da menina que disse à mãe, logo
depois que uma senhora de cabelos brancos saiu de sua casa:
Se eu pudesse ser
uma velha assim, tão simpática e tão boazinha, não me importaria de envelhecer...
Está muito bem, respondeu a mãe. Se você quer ser
uma velha assim, convém começar desde já, pois ela não ficou assim às pressas.
O Sol leva todo o tempo que lhe é necessário para nascer e se pôr.
Não é possível apressá-lo.
O gelo
no lago se derreterá quando a temperatura do ar for apropriada.
As
aves migratórias chegarão e partirão quando estiverem prontas para isso.
Até as
invenções, sobre as quais o homem aparentemente exerce absoluto controle, só
chegam no tempo próprio, quando a oportunidade amadureceu e a cultura está
pronta para recebê-las.
Uma
vez mais o Mestre de Nazaré tinha razão ao dizer:
Primeiro a erva, depois a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga.
Quis
com isso dizer que tudo vem a seu tempo, sem pressa nem desespero.
Pensemos
nisso!
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