A VERDADEIRA
HUMILDADE!
Sabemos
que é necessário respeitar e amar aquela faísca da Divindade – o “Eu Superior”
que reside dentro de todos nós –, mas não podemos esquecer de que, como
místicos aspirantes, cabe a nós ter sentimentos semelhantes também pelo eu
profundo dos outros. E isso deve acontecer independentemente do comportamento
externo distorcido que as pessoas possam algumas vezes apresentar. Algumas
pessoas – tenho certeza de que todos podemos citar alguns nomes – irradiam amor
e contentamento. São seguras de si e felizes e refletem sua santidade interna
aceitando totalmente os outros da forma como são, “com espinhas e tudo”. Nos
referimos a essas pessoas como sendo humildes.
No
nosso dia-a-dia descobrimos que, ao explorarmos o eu, o pensamento, o ser
emocional, somos levados a fazer ajustes necessários de todo o tipo. Quanto
mais nos conscientizamos do nosso eu, de nossa vida e de nossos sentimentos,
mais percebemos os atributos dos outros e os nossos próprios atributos.
Descoberta
Precisamos
cultivar nossa consciência de ser e provar que somos dignos do caminho da
descoberta interna que escolhemos trilhar. A regra de ouro diz: “Amar o
próximo como a si mesmo”. O problema é que a maioria das pessoas não ama a
si mesma. À medida que sondamos cada vez mais profundamente nossa consciência
interna e vamos tendo a necessidade de entrar em contato com aquelas
características que realmente nos representam, percebemos a natureza
maravilhosa da personalidade.
O
fato é que muitos de nós quase não conhecem o seu eu profundo,
um aspecto humano mais amplo conhecido pelo místico como a Personalidade-Alma.
Essa descoberta em como resultado de uma introspecção profunda
e muitas vezes dolorosa. À medida que começamos a elucidar nossa própria
natureza verdadeiramente complexa, precisamos evitar criticar aquilo que
encontramos. Em vez de enfatizarmos as deficiências que descobrimos, deveríamos
concentrar nossa atenção nas qualidades de que gostamos. Quando
reforçamos esses pontos, o bem começa a sobrepujar os aspectos problemáticos.
Em outras palavras, podemos eliminar o indesejável dando ênfase àquelas coisas
que queremos conservar. Essa é a forma mística de transmutar.
Ser Humilde
Há
dois tipos de humildade, e todos nós temos nosso exemplo predileto de um
conhecido que acreditamos de fato representar o significado dessa palavra. É
provavelmente uma pessoa que, de alguma forma, relegou coisas importantes em
sua vida a uma posição inferior. Talvez seja alguém bem sucedido – sem ser
agressivo ou dominador – ao mesmo tempo em que se mantém cortês, afável e
atencioso com os outros. Ou talvez seja alguém que possa ser descrito como
“autoconsciente” em vez de “centrado em si mesmo”.
Muitos
de nós nos preocupamos com a ideia de termos que ser humildes; o que parece uma
meta louvável. Mas o que é ser humilde? Quando descobrimos o cerne ilusório da
verdade, então podemos aprender sua natureza; em outras palavras, não tentando
ser humildes, pois uma humildade que se intitula dessa forma pode ser irritante
na sua falsidade. Que as pessoas geralmente não têm humildade é evidente, pois
elas têm uma tendência a se menosprezarem. Alguns exemplos disso são os
indivíduos partidários da autocensura; ou aqueles que adotam uma atitude
bajuladora; ou aqueles que agem da forma mais submissa do que o necessário. São
poucos. Essas pessoas merecem ser pacientemente compreendidas, pois desconhecem
a razão de seu próprio comportamento, razão essa que está escondida no seu
subconsciente.
Quando
mais tentamos ter humildade, menos conseguimos tê-la. O
esforço para manter o pensamento que diz que você é humilde quase nega a
possibilidade de que seja humilde. As marcas da humildade são a modéstia e uma
forma de despretensão. Trata-se de uma coisa bem sutil, pois não representamos
essas características em nossas ações. O que chamamos de verdadeira humildade
é, na realidade, uma aceitação inconsciente de si mesmo. O indivíduo humilde
não é submisso nem bajulador, e nem lhe falta ambição.
Se
fôssemos criar algumas palavras-chave que descrevessem com palavras comuns o
estado de humildade, essas poderiam ser: imparcialidade, consideração,
generosidade, autoconhecimento e assim por diante – todos em sua versão plus.
Mas palavras-chave negativas também surgiriam como: arrogância, mediocridade,
egocentrismo, baixa auto-estima, humilhação e outras parecidas. Aqueles que
fazem pontos no lado positivo eliminaram a dependência egocêntrica do
auto-engrandecimento e da abnegação excessiva, e atingiram um meio-termo feliz
que pode ser chamado de ‘humildade’.
Lembre-se
sempre e cite sempre o fato de que somos todos seres maravilhosos, uma combinação
de corpo com sentidos e sensações ligados a um Ser interno cheio de entusiasmo.
Esse ser interno que nos ouviu nos menosprezando por tanto tempo, agora precisa
ouvir como somos maravilhosos. Se seguíssemos essa linha de comportamento
diariamente, perceberíamos mudanças acontecendo conosco, mudanças essas que nos
levariam gradativamente à plenitude da vida e a um crescimento inconsciente na
humildade.
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