A PAZ NO CORAÇÃO!
A paz do coração está
ligada à vida emocional e sentimental. É óbvio que essa paz é impossível de ser
adquirida por todos aqueles que abrigam pensamentos de ódio, maldade, inveja,
ciúme, vingança, intolerância e demais sentimentos que os tornam escravos de si
mesmos. Esses sentimentos criam desordens emocionais muito destrutivas. Na
verdade, dão margem a uma forma de envenenamento mental que afeta o equilíbrio
do nosso corpo psíquico e, por consequência, a harmonia do corpo físico. Esse
veneno emocional é como vemos, um inimigo, tanto para a paz do coração quanto
para a paz do corpo. Por consequência, ele vai levando progressivamente à
autodestruição do Ser.
Muito raros são os seres humanos que nunca passam ou nunca
passaram pela experiência da guerra interior, provocada pelos pensamentos
negativos. Temos os meios para neutralizar o efeito destrutivo de nosso
pensamento negativo e, o que é extremamente importante, a possibilidade de nos
proteger de pensamentos maus que outras pessoas possam ter a nosso respeito.
Quando for necessário anular as consequências nocivas de nossos
próprios pensamentos discordantes, basta reconhecê-los pelo que são no momento
em que surgem em nossa mente e transformá-los em pensamentos positivos e
construtivos. Não se combate um pensamento negativo reprimindo-o ou criando uma
relação de forças com ele. É muito mais produtivo trazê-lo à luz, analisá-lo,
aceitá-lo e substituí-lo por um pensamento de natureza oposta.
Querer combater frontalmente nossos pensamentos negativos seria
atribuir-lhes uma importância ainda maior, mais forte presença, além de
acentuar seus efeitos perniciosos. É mais sábio substituí-los por pensamentos
construtivos, realizando assim uma transmutação mental e emocional. Nesse
sentido, a prece é a chave do coração, que nos possibilita levar a bom termo
essa alquimia mental e emocional. Assim, quando percebermos um pensamento de
ódio, nem que seja só por um segundo, devemos entronizar um pensamento de amor
em nosso coração e ali mantê-lo por vários instantes.
Se a sombra do ciúme ou da inveja paira sobre nós, devemos
substitui-la pela luz da alegria compartilhada. Se o espectro da vingança se
desenha por trás de nossas emoções, devemos transformá-la em uma imagem vívida
de perdão. Efetuando sistematicamente essa substituição mental e emocional,
neutralizamos os efeitos destrutivos de nossos próprios pensamentos negativos e
vivenciamos a Paz do Coração.
Quando nos sentirmos agredidos por pensamentos negativos que
outras pessoas abriguem a nosso respeito, cabe-nos ignorá-los, ou, no mínimo,
negar-lhes uma importância tal que eles acabem por suscitar em nós pensamentos
igualmente negativos, o que nos tornaria vítimas e cúmplices da maldade alheia
e faria de nós mesmos os culpados por nosso próprio envenenamento mental. Ao
invés disso, envolvamo-nos com o manto místico que nos torna insensíveis aos
ataques da ignorância e façamos o bem sem nos preocuparmos com o que corações
inimigos possam pensar de nós.
Estas poucas sugestões se referem à responsabilidade que
assumimos quando deixamos a guerra mental e emocional corroerem a paz do nosso
coração. Essa paz, não obstante, pode ser também lesada por acontecimentos
problemáticos que não foram necessariamente causados por nós. A vida de todos
nós, desde o nascimento até a morte, é marcada por dores de diferentes graus,
que perturbam consideravelmente nosso equilíbrio interior. A falta de afeto, as
decepções sentimentais, a dor das separações, o profundo desalento que advém da
perda de um ente querido, são problemas emocionais que afetam a paz do coração.
Nesse caso, devemos ir buscar na espiritualidade o conforto de que tanto
necessitamos. Por outro lado, uma vez que recebemos, na medida em que damos,
temos o dever de irradiar pensamentos de amor, compaixão e conforto para todos
os que sofrem em seu coração, para auxilia-los a realizar com êxito a alquimia
emocional, que lhes propiciará a paz do coração, e, algum dia, a volta da alegria
de viver.
Compartilhado - AMORC
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