GRATIDÃO!!!
Palavra interessante
essa. Essa é uma palavra na qual eu identifico como amor. Ter gratidão é algo
muito mais amplo do que a forma como estamos usando hoje em dia.
Melhor
forma de demonstrar amor que não a sendo grato a tudo que acontece? Ter a
sabedoria, serenidade e discernimento de entender que tudo que acontece é algo
bom para crescimento espiritual, evolução.
Imaginemos
um fim de relacionamento que, em muitas vezes, a carga negativa é maior do que
tudo que fora vivido antes.
Vivemos o
momento do rompimento como se aquilo fosse uma verdade absoluta de toda a
trajetória vivida. Podem ter sido meses, anos ou décadas, mas o que fica parece
que o momento final ou o tempo final do relacionamento. Seja por desgaste, por
traição, por omissão ou qualquer outro motivo, o que fica no coração por algum
tempo é a raiva, a mágoa, o rancor.
Criamos
diálogos imaginários em nossa cabeça de que poderia ter feito, falado para mudar
aquilo. E normalmente a primeira coisa é: perdi tanto tempo da minha vida!
Somos
ingratos naturalmente e para sermos gratos, precisamos parar respirar,
desacelerar e então trabalhar isso. Ainda não vem de dentro e, sim, algo
racional. É ótimo, melhor do que nada. E todo início é racional até que se
torne orgânico.
Acredito
que jogar anos pretéritos pelo momento atual é conceito de ingratidão. Se
fôssemos realmente gratos, não nos machucaríamos. Não seríamos tão apegados.
Entenderíamos rapidamente que o que o outro fez é dele, pertence apenas a ele.
Não temos o poder de machucar ninguém que não seja fisicamente.
Nós nos
machucamos porque nos decepcionamos com o que nos é falado ou feito (ou não
feito). Nós nos machucamos por aceitarmos aquilo como verdade. Porque uma
ferida é exposta e isso nos faz mal. Queremos ser blindados e fazemos
justamente o contrário abrimos a guarda ainda mais.
Se alguém,
fisicamente, nos der uma pedrada, vai doer. E deveria doer apenas fisicamente.
Acontece que dependendo da pessoa e/ou da circunstância, a pedrada dói na alma.
Magoamo-nos por monstros nossos, criados por nós mesmos, dentro de nossas
cabeças.
A vida nos
dará coisas que machucam, mas nunca nos dará algo para sofrermos. Sendo a
gratidão algo intrínseco nosso, nada nos ressentiria, pois entenderíamos que
cada qual fará algo dentro de suas capacidades.
Focamos no
que perdemos e esquecemos o quanto temos a agradecer. Chegaremos lá, todos nós,
algum dia. Uns antes, outros depois, mas subiremos todos o mesmo podium, porque
a vida não é uma pista de corrida, mas várias trilhas para o mesmo objetivo.
É mais
fácil (muitos nem assim sentem a gratidão) estar num lugar lindo e dizer
gratidão. O difícil é estarmos em qualquer lugar “ruim” (cada um sabe o que é
ruim para si) e termos gratidão. Agradecer a cura, mas não sermos gratos pelo
processo da doença. Se estivéssemos abertos ao que a vida nos dá, perceberíamos
a cada instante que a vida é um eterno ensinamento. A vida é uma academia de
musculação que a cada dia nos fortalece. Mas a decisão de agradecermos ao que
passamos de “ruim” é de foro íntimo.
Percebo
que quando estou numa fase que dá vontade de desistir, ao fazer exercício da
gratidão as coisas se tornam mais leve e me faz olhar em outra direção.
Fico imaginando
se isso fosse tão natural quanto respirar como a vida seria ainda mais
colorida. A leveza consiste em aceitarmos. Não significa não fazer não fazer
nada e sim, compreender, entender e de forma tranquila saber o que será feito
para mudar ou a coisa em si ou a direção a seguir.
Compreendendo
que o que acontece em nosso externo é projetado do interno, e por isso lemos
com frequência que ao mudar o nosso interno, o externo muda ou se queremos paz,
temos que ter a paz dentro de nós.
É hora de
começarmos a ser proativos e não reativos. Viver o momento presente sempre com
gratidão no coração.
Eu,
particularmente, não vejo melhor forma do que conseguir essa serenidade que não
sendo meditação. Silenciar a mente para ouvir sua própria essência. Técnicas existem
inúmeras e cada um tem que saber qual a melhor se adapta. Tudo é remédio ou
veneno, depende de como será usado. Tem quem goste de silêncio, tem que goste
de músicas calmas, outros de músicas mais aceleradas. Isso é processo interno.
Silenciando
a mente, viveremos o momento presente com gratidão, alegria, serenidade. Calar
os diálogos internos que normalmente são verdadeiras discussões internas. Perde
de tempo e energia.
É hora de
transmutarmos.
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