LIÇÃO DE AMIZADE!!!
Narra Cícero, o nobre filosofo latino, uma
extraordinária lição de amizade, referindo-se a Pítias e Damon, que era amigos
inseparáveis em Siracusa, então governada por verdadeiro tirano.
Pítias, inspirado e honesto, acompanhava os desmandos do monarca infeliz e, possuidor de palavra encantadora, passou a censurá-lo publicamente.
Ao tomar conhecimento da audácia do jovem orador, chamou-o ao palácio com o seu dileto amigo, a fim de reprochar-lhe o comportamento, terminando por ameaçá-lo com gravidade.
- Se prosseguir criando-me situações insuportáveis – disse-lhe, colérico, o rei Dionísio -, demonstrará rebeldia e traição, passíveis de ser-lhe aplicada a penalidade máxima.
- Mas eu somente refiro-me à verdade – respondeu o moço corajoso.
Em tentativa de demonstrar generosidade, o governante equivocado concedeu-lhe a oportunidade de alterar a conduta e explicou-lhe que a reincidência seria severamente punida.
Os jovens retiraram-se do palácio, e porque o rei não se houvesse modificado, Pítias continuou a censurá-lo em seus discursos públicos.
Pouco tempo depois, irritado, Dionísio mandou prendê-lo e exigiu que ele fosse levado diante da corte reunida na sala do trono, para ser castigado pela ousadia de prosseguir infamando-o.
Sem qualquer temor, o jovem elucidou que a função do rei era promover a justiça, e não exaurir os súditos, beneficiando apenas os bajuladores que enriqueciam, enquanto a miséria se alastrava pelo país.
Porque se sentisse desconsiderado e informando que se tratava de traição e complô para depô-lo, Dionísio condenou-o à morte, antes lhe indagando se tinha algum desejo.
Pítias, estoico, redarguiu que não temia a punição, mas solicitava que lhe fosse permitido despedir-se da mulher e filhos que residiam em outra cidade.
Zombeteiro, o monarca revidou que não devia ser subestimado, e percebia que se tratava de um ardil para fugir à punição.
Pítias, ante o assombro de todos, informou que daria uma garantia de que volveria para cumprir a pena.
Interrogado qual seria a garantia, antes de responder, Damon, que se encontrava em silêncio, deu um passo à frente e respondeu:
- Eu sou a garantia! Ficarei no cárcere à sua espera. Nossa amizade é de todos conhecida e pública, podendo, portanto, responder por ele.
O rei olhou-os demoradamente e perguntou ao voluntário:
- Já pensou que, se ele não voltar, a pena de morte recairá sobre sua cabeça?
- Sim, majestade! – respondeu, tranquilo.
Pítias partiu em direção ao lar, enquanto Damon foi recolhido ao cárcere.
Decorrido o prazo, Pítias não retornou.
Levado à presença do monarca, o refém ouviu-lhe o sarcasmo, quando o interrodou:
- Onde está o teu amigo? Eis que o prazo extingue-se dentro de poucas horas e, até este momento, ele não compareceu. Que dizes?
- Senhor! Se meu amigo não veio até agora, com certeza algo o impediu, e terei prazer em morrer em seu lugar, embora saiba que ele vencerá, seja qual for a dificuldade que lhe esteja complicando a chegada.
Damon estava na frase final quando Pítias, amparado por um soldado, deu entrada na sala, ofegante, abatido e ferido, caindo nos braços do seu amigo, exclamando:
- Graças aos deuses você ainda está vivo! As Parcas(*) parecem haver conspirado contra mim, porque a embarcação naufragou e consegui sobreviver e avançar pela estrada, quando fui assaltado por bandidos, chegando a tempo para cumprir a sentença.
Emocionado, Dionísio retirou a sentença e mandou libertá-los, enquanto dizia-lhes:
- Uma amizade deste porte merece respeito e compensação. Não somente os liberto, como lhes rogo que me ensinem essa nobre virtude que tanta falta faz à humanidade, ajudando-me a participar dela.
A amizade, muito esquecida por causa da supremacia do ego no comportamento humano, é a chave para alcançar-se a legítima fraternidade entre os povos.
Ela é suave como a brisa benfazeja e perfumada, que sopra discreta e abençoa a vida.
O seu magnetismo acalma e enriquece de confiança os relacionamentos por propiciar alegria e bem-estar.
Se é verdadeira, nada solicita, nem impõe.
Ser amigo é a maneira mais próxima para transformar-se em irmão.
***
Cultivemos o doce sentimento da amizade incondicional, que tem Jesus como exemplo máximo, pois fez-se amigo de todos aqueles que não têm amigos.
Treinemos a amizade, doando-nos, e não esperando nada além do prazer de sermos nós o amigo do nosso próximo.
Pítias, inspirado e honesto, acompanhava os desmandos do monarca infeliz e, possuidor de palavra encantadora, passou a censurá-lo publicamente.
Ao tomar conhecimento da audácia do jovem orador, chamou-o ao palácio com o seu dileto amigo, a fim de reprochar-lhe o comportamento, terminando por ameaçá-lo com gravidade.
- Se prosseguir criando-me situações insuportáveis – disse-lhe, colérico, o rei Dionísio -, demonstrará rebeldia e traição, passíveis de ser-lhe aplicada a penalidade máxima.
- Mas eu somente refiro-me à verdade – respondeu o moço corajoso.
Em tentativa de demonstrar generosidade, o governante equivocado concedeu-lhe a oportunidade de alterar a conduta e explicou-lhe que a reincidência seria severamente punida.
Os jovens retiraram-se do palácio, e porque o rei não se houvesse modificado, Pítias continuou a censurá-lo em seus discursos públicos.
Pouco tempo depois, irritado, Dionísio mandou prendê-lo e exigiu que ele fosse levado diante da corte reunida na sala do trono, para ser castigado pela ousadia de prosseguir infamando-o.
Sem qualquer temor, o jovem elucidou que a função do rei era promover a justiça, e não exaurir os súditos, beneficiando apenas os bajuladores que enriqueciam, enquanto a miséria se alastrava pelo país.
Porque se sentisse desconsiderado e informando que se tratava de traição e complô para depô-lo, Dionísio condenou-o à morte, antes lhe indagando se tinha algum desejo.
Pítias, estoico, redarguiu que não temia a punição, mas solicitava que lhe fosse permitido despedir-se da mulher e filhos que residiam em outra cidade.
Zombeteiro, o monarca revidou que não devia ser subestimado, e percebia que se tratava de um ardil para fugir à punição.
Pítias, ante o assombro de todos, informou que daria uma garantia de que volveria para cumprir a pena.
Interrogado qual seria a garantia, antes de responder, Damon, que se encontrava em silêncio, deu um passo à frente e respondeu:
- Eu sou a garantia! Ficarei no cárcere à sua espera. Nossa amizade é de todos conhecida e pública, podendo, portanto, responder por ele.
O rei olhou-os demoradamente e perguntou ao voluntário:
- Já pensou que, se ele não voltar, a pena de morte recairá sobre sua cabeça?
- Sim, majestade! – respondeu, tranquilo.
Pítias partiu em direção ao lar, enquanto Damon foi recolhido ao cárcere.
Decorrido o prazo, Pítias não retornou.
Levado à presença do monarca, o refém ouviu-lhe o sarcasmo, quando o interrodou:
- Onde está o teu amigo? Eis que o prazo extingue-se dentro de poucas horas e, até este momento, ele não compareceu. Que dizes?
- Senhor! Se meu amigo não veio até agora, com certeza algo o impediu, e terei prazer em morrer em seu lugar, embora saiba que ele vencerá, seja qual for a dificuldade que lhe esteja complicando a chegada.
Damon estava na frase final quando Pítias, amparado por um soldado, deu entrada na sala, ofegante, abatido e ferido, caindo nos braços do seu amigo, exclamando:
- Graças aos deuses você ainda está vivo! As Parcas(*) parecem haver conspirado contra mim, porque a embarcação naufragou e consegui sobreviver e avançar pela estrada, quando fui assaltado por bandidos, chegando a tempo para cumprir a sentença.
Emocionado, Dionísio retirou a sentença e mandou libertá-los, enquanto dizia-lhes:
- Uma amizade deste porte merece respeito e compensação. Não somente os liberto, como lhes rogo que me ensinem essa nobre virtude que tanta falta faz à humanidade, ajudando-me a participar dela.
A amizade, muito esquecida por causa da supremacia do ego no comportamento humano, é a chave para alcançar-se a legítima fraternidade entre os povos.
Ela é suave como a brisa benfazeja e perfumada, que sopra discreta e abençoa a vida.
O seu magnetismo acalma e enriquece de confiança os relacionamentos por propiciar alegria e bem-estar.
Se é verdadeira, nada solicita, nem impõe.
Ser amigo é a maneira mais próxima para transformar-se em irmão.
***
Cultivemos o doce sentimento da amizade incondicional, que tem Jesus como exemplo máximo, pois fez-se amigo de todos aqueles que não têm amigos.
Treinemos a amizade, doando-nos, e não esperando nada além do prazer de sermos nós o amigo do nosso próximo.
Autor: Joanna de Ângelis
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