TORRE DE BELÉM!
Interditar o acesso de navios hostis era o objetivo
idealizado por D. João II (1455-1495), mas acabou por ser D. Manuel I
(1469-1521) a erguer a fortificação.
Na arquitetura
sobressai a arte magrebina do arquiteto e escultor Francisco Arruda. Foi classificada
como Património Mundial pela UNESCO.
Nos idos de 500,
Lisboa era ponto de partida e chegada de caravelas. Faziam-se ao mar para, como
escreveu o poeta, “dar novos mundos ao Mundo”.
A política naval portuguesa do século XVI e o progresso
das viagens marítimas fizeram do porto de Lisboa uma paragem obrigatória para
os que navegavam nas rotas do comércio internacional.
Foi com as riquezas provenientes dos Novos Mundos, que foram
introduzidas em Portugal e que foi possível construir os grandes monumentos que
cantavam a epopeia dos descobrimentos portugueses.
Tornou-se
obrigatório proteger Lisboa e a sua barra, tal o movimento que por ali se
criou.
Coube a D. Manuel, sucessor de D. João II, a tarefa de
mandar construir a Torre de Belém, em homenagem ao patrono da cidade de Lisboa,
S. Vicente.
Francisco de Arruda foi nomeado Mestre do Baluarte de
Belém e, após o seu regresso do Norte de África, onde havia edificado várias
fortalezas, lançou mãos à obra, em 1514. Seis anos mais tarde, a Torre de Belém
estava concluída, com aquela forma arquitetônica que lhe é peculiar, com as
influências islâmicas e orientais dos elementos decorativos, sendo as cúpulas
de gomos que cobrem as guaritas um dos exemplos mais marcantes.
Como símbolo do prestígio do Rei, a sua decoração ostenta
a simbologia própria do Manuelino, calabrês que envolvem o edifício,
rematando-os com elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de
Cristo e elementos naturalistas.
De destacar a
representação de um rinoceronte, a primeira em pedra que se conhece em toda a
Europa, sustentando a base de uma guarida do baluarte virada a Oeste, prova
clara do pioneirismo que Portugal manteve com outros povos e outras terras.
Na estrutura da
Torre, podemos distinguir duas partes: a torre, propriamente dita, ainda de
tradição medieval, mas esguia e com quatro salas abobadadas, e o baluarte, de
concepção moderna. É por aqui que se entra, quando se passa a porta principal.
Outras fortalezas foram sendo construídas posteriormente,
mais modernas e com mais condições, pelo que a Torre de Belém foi perdendo a
sua função de defesa da Barra do Tejo.
Mas serviu de
prisão, com os armazéns a serem transformados em masmorras, a partir de 1580,
com as ocupações Filipinas.
Hoje, a imponente
Torre de Belém é uma marca da aventura portuguesa, reconhecida pela UNESCO, em
1983, como Património Cultural de Toda a Humanidade.
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