HISTÓRICO - CARACÚ
CERVEJARIA SKOL- CARACÚ.
(Recebi da amiga Rosa Fortes)
Um breve histórico.
Fundada em 1899, pelo major Carlos Pinho, ela
representou o início do processo de industrialização de uma cidade que até
então baseava sua economia na agricultura, com destaque para a produção de
café, e nos empregos oferecidos pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
Em 1902, o major Carlos Pinho arrendou a fábrica
para o alemão Julio Stern. O arrendamento transformou-se, no ano de 1910, em
sociedade anônima, sob a denominação de Cervejaria Rio Claro – Companhia
Industrial. Mais tarde, voltou a ser uma companhia limitada, tendo como diretor
o Sr. Oscar Batista da Costa.
Na época, além da Caracu, produzia-se as cervejas
Pilsen, Rio Claro e Extrato de Malte, os refrigerantes Maçã, Guarani, Café e
Limonada, e a água mineral Artezia. O negócio registrou períodos de crescimento
e dificuldades até 1929, quando os efeitos da crise econômica mundial eclodida
a partir da quebra da bolsa de valores norte-americana foram devastadores para
a empresa.
Por sorte, no ano seguinte, o empresário italiano
naturalizado brasileiro, Nicolau Scarpa, adquiriu a indústria e deu início a um
processo de modernização e consolidação da marca Caracu no mercado.
O comendador Nicolau Scarpa investiu em máquinas
capazes de produção em larga escala e construiu prédios para a gerência, diretoria,
refeitório, conferência, setor de vasilhames e adegas, bem como um galpão para
as caldeiras. Quando faleceu, em 1942, deixou um sólido patrimônio para os
filhos Francisco Scarpa e Nicolau Scarpa Júnior, que foram para a Alemanha
fazer cursos de engenharia e química especializadas no setor cervejeiro.
A eles deve-se o aumento da produção da Caracu,
cerveja escura que substituiu no Brasil e britânica Guiness. Paralelamente ao
aprimoramento tecnológico, os irmãos Scarpa deram sequência aos projetos de
ampliação física iniciados pelo patriarca da família. Eles construíram o prédio
da Avenida 4 com rua 8, que abrigava a fábrica de gelo e a ferramentaria, e o
anexo de três pavimentos, onde ficavam a casa de máquinas e os resfriadores de
água.
Na sequência, avançaram para o interior da quadra
com 8 mil metros quadrados de área e ergueram outro prédio, todo de cimento
armado, com três andares e arguido para comportar máquinas compradas no
exterior. No local, instalaram ainda a nova carpintaria, o engarrafamento e o
armazém.
Cada vez mais ousados, Francisco Scarpa e Nicolau
Scarpa Júnior construíram um edifício de oito andares, o mais alto de todas as
indústrias paulistas da época. No último andar, ficava o moinho da cevada e,
logo abaixo, os tanques para produção de cerveja. Na parte de baixo, os demais
setores, entre eles o de envasamento. Uma das características marcantes da
construção – que existe até hoje – era a chaminé de 40 metros de altura, que
durante décadas exalou o aroma de cevada por toda a cidade.
Ao completar 50 anos de fundação, em 1949, a
fábrica possuía 307 funcionários e uma posição consolidada no segmento
cervejeiro. Um dos segredos do sucesso de seus produtos sempre foi a excelente
qualidade da água utilizada, originária de três profundos poços artesianos.
Por ocasião do cinquentenário, o jornalista José
dos Santos Ferro escreveu um texto que demonstrava a importância da empresa
para o município. “Dezenas de dezenas de milhar de garrafas de produtos da
Cervejaria Rio Claro, principalmente de Caracu, que é soberana e ninguém ousa
destronar, saem todos os dias do quadrilátero fabril, rumando por aí além, até
onde haja um paladar que os eleja para constante uso.”
No ano de 1967, a Cervejaria Rio Claro patenteou no
Brasil a Skol, sob licença da fábrica dinamarquesa Carlsberg, que três anos
lançara a marca na Europa. Em 1971, a cervejaria lançou a primeira cerveja em
lata do Brasil, a Skol-Caracu, com embalagem produzida a partir de folha de
flandres. Na época, a família Scarpa detinha 46% do controle acionário do
grupo, 26% eram capital estrangeiro e os 28% pertenciam a acionistas diversos.
Houve uma fase de grande crescimento, com fábricas em Rio Claro, Londrina, Rio
de Janeiro e Santos.
A lata de alumínio, em 1989, e a garrafa “long
neck” com tampa de rosca, logo em seguida, são outros exemplos do pioneirismo e
dinamismo da empresa, que manteve suas atividades em Rio Claro até 1992, quando
a Brahma – hoje integrante da Ambev – transferiu toda a linha de produção para
Agudos.
Fonte: Guia Rio Claro.
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