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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

HISTÓRICO - CARACÚ.

 HISTÓRICO - CARACÚ




CERVEJARIA SKOL- CARACÚ.

(Recebi da amiga Rosa Fortes)

 

Um breve histórico.

 

Fundada em 1899, pelo major Carlos Pinho, ela representou o início do processo de industrialização de uma cidade que até então baseava sua economia na agricultura, com destaque para a produção de café, e nos empregos oferecidos pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Em 1902, o major Carlos Pinho arrendou a fábrica para o alemão Julio Stern. O arrendamento transformou-se, no ano de 1910, em sociedade anônima, sob a denominação de Cervejaria Rio Claro – Companhia Industrial. Mais tarde, voltou a ser uma companhia limitada, tendo como diretor o Sr. Oscar Batista da Costa.

Na época, além da Caracu, produzia-se as cervejas Pilsen, Rio Claro e Extrato de Malte, os refrigerantes Maçã, Guarani, Café e Limonada, e a água mineral Artezia. O negócio registrou períodos de crescimento e dificuldades até 1929, quando os efeitos da crise econômica mundial eclodida a partir da quebra da bolsa de valores norte-americana foram devastadores para a empresa.

Por sorte, no ano seguinte, o empresário italiano naturalizado brasileiro, Nicolau Scarpa, adquiriu a indústria e deu início a um processo de modernização e consolidação da marca Caracu no mercado.

O comendador Nicolau Scarpa investiu em máquinas capazes de produção em larga escala e construiu prédios para a gerência, diretoria, refeitório, conferência, setor de vasilhames e adegas, bem como um galpão para as caldeiras. Quando faleceu, em 1942, deixou um sólido patrimônio para os filhos Francisco Scarpa e Nicolau Scarpa Júnior, que foram para a Alemanha fazer cursos de engenharia e química especializadas no setor cervejeiro.

A eles deve-se o aumento da produção da Caracu, cerveja escura que substituiu no Brasil e britânica Guiness. Paralelamente ao aprimoramento tecnológico, os irmãos Scarpa deram sequência aos projetos de ampliação física iniciados pelo patriarca da família. Eles construíram o prédio da Avenida 4 com rua 8, que abrigava a fábrica de gelo e a ferramentaria, e o anexo de três pavimentos, onde ficavam a casa de máquinas e os resfriadores de água.

Na sequência, avançaram para o interior da quadra com 8 mil metros quadrados de área e ergueram outro prédio, todo de cimento armado, com três andares e arguido para comportar máquinas compradas no exterior. No local, instalaram ainda a nova carpintaria, o engarrafamento e o armazém.

Cada vez mais ousados, Francisco Scarpa e Nicolau Scarpa Júnior construíram um edifício de oito andares, o mais alto de todas as indústrias paulistas da época. No último andar, ficava o moinho da cevada e, logo abaixo, os tanques para produção de cerveja. Na parte de baixo, os demais setores, entre eles o de envasamento. Uma das características marcantes da construção – que existe até hoje – era a chaminé de 40 metros de altura, que durante décadas exalou o aroma de cevada por toda a cidade.

Ao completar 50 anos de fundação, em 1949, a fábrica possuía 307 funcionários e uma posição consolidada no segmento cervejeiro. Um dos segredos do sucesso de seus produtos sempre foi a excelente qualidade da água utilizada, originária de três profundos poços artesianos.

Por ocasião do cinquentenário, o jornalista José dos Santos Ferro escreveu um texto que demonstrava a importância da empresa para o município. “Dezenas de dezenas de milhar de garrafas de produtos da Cervejaria Rio Claro, principalmente de Caracu, que é soberana e ninguém ousa destronar, saem todos os dias do quadrilátero fabril, rumando por aí além, até onde haja um paladar que os eleja para constante uso.”

No ano de 1967, a Cervejaria Rio Claro patenteou no Brasil a Skol, sob licença da fábrica dinamarquesa Carlsberg, que três anos lançara a marca na Europa. Em 1971, a cervejaria lançou a primeira cerveja em lata do Brasil, a Skol-Caracu, com embalagem produzida a partir de folha de flandres. Na época, a família Scarpa detinha 46% do controle acionário do grupo, 26% eram capital estrangeiro e os 28% pertenciam a acionistas diversos. Houve uma fase de grande crescimento, com fábricas em Rio Claro, Londrina, Rio de Janeiro e Santos.

A lata de alumínio, em 1989, e a garrafa “long neck” com tampa de rosca, logo em seguida, são outros exemplos do pioneirismo e dinamismo da empresa, que manteve suas atividades em Rio Claro até 1992, quando a Brahma – hoje integrante da Ambev – transferiu toda a linha de produção para Agudos.

Fonte: Guia Rio Claro.

 


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