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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

NEM TODO HOMEM É JARDINEIRO

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Nem todo homem é jardineiro

Um dia as flores descobriram que podiam se deixar levar pelo vento.
Descobriram que eram fortes e que tinham direito de viver. O mundo então mudou!
Antes, dominadas pela sociedade machista e convencidas que a melhor maneira de viver era seguir a maré, as mulheres calavam-se. Fingiam felicidade, fingiam prazer. As que encontravam marido deviam dar-se por satisfeitas. E davam-se.
O segredo de tantos casamentos durarem muitos anos antigamente não é o amor que era mais puro e forte, mas a situação da mulher que, dependente financeira e emocionalmente do marido, não ousava. Não dizia o que pensava realmente, não exteriorizava o que sentia.
As mulheres foram preparadas para servir, os homens para serem servidos. Tanto que parte e outra aceitavam, o mundo caminhava e os casamentos iam adiante.
Mas aos poucos a sociedade foi mudando. E as mulheres foram revelando-se. Descobriram-se vivas. Descobriram que podem dizer não e sim: não a uma vida monótona e que não realiza; descobriram que são capazes de produzir, criar.
Descobriram que podem escolher e escolhem. Escolhem mudar de vida, de caminho, de direção.
Jardineiros nem sempre cuidadosos, muitos homens não percebem que a mulher é uma flor.
Uma flor serena ficará para sempre no jardim onde foi plantada; somente as que encontram vazio diante de si deixam-se cativar por diferentes horizontes.
Um bom jardineiro sabe que uma flor precisa de sol, atenção, cuidados especiais.
Um bom jardineiro cativa, cultiva, tem cuidado, poda quando preciso, mas sempre com a devida atenção para não destruir, porque ele sabe que quando a primavera chega a sua flor dará o melhor de si.
Letícia Thompson

Partilhado da Sil.


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