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sexta-feira, 8 de abril de 2016

QUEM É VOCÊ!?

QUEM É VOCÊ!?

Vamos imaginar que neste instante esquecemos nossos nomes, nossa profissão, nosso passado, família, país, cultura, esquecemos onde estamos, onde moramos, esquecemos de todos os conhecidos, tudo tudo tudo...
Somos uma folha de papel em branco... completamente em branco, sem qualquer referência de nada nem de ninguém...

Perdemos nosso passado, todas as nossa memórias, todos os casos, todas as cenas, tudo o que já vivemos, e todas as pessoas que já conhecemos...
Nenhuma escola, nenhuma casa, nenhuma propriedade, nenhum sonho, nenhum projeto, nada nada nada...

Se fizermos esta experiência veremos que não temos mais nenhum ponto em que nos basear. Não temos nome, não temos profissão, não temos nem mesmo uma nacionalidade que nos dê alguma referência...

Mesmo sem nada, nada mesmo, ainda existimos! Ainda somos!
Existe 'algo' que não depende de nenhum nome, de nenhum conceito, de nenhuma definição, que permanece... este algo que é mais uma dimensão nos dá a certeza absoluta que existimos!
Eu existo!
Posso não saber que sou, onde estou, para onde vou, o que estou fazendo aqui, nem de onde vim, mas tenho em mim a certeza que existo!
Isso é fato! Isso é real!
Mesmo que diga, 'eu não existo!' ou ' eu não sou nada!', pergunto: quem está dizendo isso? Como ninguém, nada, podem afirmar alguma coisa? 

Os mestres usam este paradoxo para nos apontar a existência de 'algo' por trás de toda experiência, por trás de todo conceito, existe sempre 'algo' que é permanentemente presente, é algo que observa tudo acontecer... algo  que precisa existir e permanecer apesar de todos os eventos que estão constantemente mudando...

Este algo é indefinível. Impossível de se descrever, somente quando experimentamos, isto é, somente quando abandonamos todas as identificações passageiras, os conceitos, as memórias e histórias, percebemos que 'algo' permanece, sem nome, sem história, sem nada, mas temos a certeza apenas que existimos! 

Isso é tudo!

Neste existir está a chave de tudo o que os mestres nos apontam. A essa consciência de que existimos deram o nome de Ser, por trás de toda experiência, é a presença por trás de tudo o que acontece.

Quando investigamos conscientemente, vemos que esta certeza existe, pode não ser uma 'coisa', porém é uma presença... 

Mesmo aqueles que me escreveram dizendo-se 'nada', dizendo-se 'ninguém', ainda assim estão presos aos conceitos de 'nada' e de 'ninguém'...

Esta pergunta de Tony é a pergunta que aponta para o Ser... para a essência que está além das aparências, além dos conceitos, e a resposta é uma não-resposta, já que é mais uma experiência, vivenciada no silencio, vivenciada no amor essencial. 

Quando nada somos é que tudo somos...
Quando perco todas as referências, nenhuma referência mais me cabe...

A meditação é a porta... Mergulhar no silencio profundo do coração e abandonar todas as histórias, memórias, problemas, passado, futuro, nomes, formas, pessoas, tempo... tudo...
Neste silencio, facilmente, esta verdade nos é revelada, ela vêm a nós. 

Doce, simples, e sem nenhuma resposta, somos acolhidos, somos descobertos, e nesta descoberta descobre-se a tudo e todos sem nada dizer...

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