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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ESPERANÇA!



             ESPERANÇA!


dias em que temos a impressão de que chegamos ao fim do caminho.
Olhamos para  frente e não vislumbramos mais saída.
Não há uma luz no fim do túnel, e não há também nenhuma possibilidade de volta.
Parece que todos os nossos projetos, nossos objetivos, foram levados para bem distante, e estamos sem possibilidade de alcançá-los.
Parece mesmo que o outono da existência fez com que secassem as nossas esperanças e o vento forte do inverno  varresse das nossas mãos todos os sonhos acalentados.
A morte vem e arrebata os afetos da nossa alma deixando-nos o coração dilacerado.
Sentimo-nos perdidos.
 Não sabemos que rumo tomar. Ficamos atônitos.
Sentimo-nos como uma árvore ressecada, sem folhas, sem brilho, sem motivo para viver.
É a desesperança.
De repente, como acontece com a natureza, a primavera muda toda a paisagem.
 As árvores secas enchem-se de brotos verdes, e logo estão cobertas de folhas e flores.
O tom acinzentado cede lugar às cores verdes de tonalidades mil.
É a Esperança.
Os entes caros, que nos antecederam na viagem de retorno à Pátria Espiritual, um dia estarão novamente junto aos nossos corações saudosos, num abraço de carinho e afeição.
Tudo na natureza volta a sorrir.
A relva verde fica bordada de flores de variados matizes, as borboletas bailam no ar, os pássaros brindam-nos com suas sinfonias harmoniosas.
Tudo é vida!
Assim, quando a chama da Esperança reacende em nosso íntimo, nossos sonhos desfeitos são substituídos por outros anseios.
 Nossos objetivos se modificam e o entusiasmo nos invade a alma.
Jesus, o Sublime Galileu, falou-nos da Esperança no Sermão da Montanha, com o suave canto das bem-aventuranças.
Exemplificou-a nos Seus ditos e feitos.
Enfim, toda Sua mensagem é de Esperança.
Se formos visitados por qualquer dissabor e o desespero nos tomar de assalto, busquemos o nosso Amigo Maior, Jesus, através da oração.
Predispondo-nos pela prece, a ajuda chegará certamente, como suave bálsamo a penetrar nas fibras mais íntimas do nosso ser, dando-nos alento e tranquilidade.
Se a desesperança acercar-se de nós, lembremos o Amigo Celeste a nos dizer:
Meu fardo é leve, meu jugo é suave.
Se Seu jugo é suave, por que não O aceitamos?
Se Seu fardo é leve por que não O conduzimos?
Consideremos que o rigor do inverno pode ser o resultado da nossa falta de cuidado, submetendo-nos ao jugo da mentira, da ambição desmedida, do pessimismo, das queixas sem fim...
Ou talvez a desesperança resulte da nossa própria insensatez, carregando o pesado fardo dos prazeres inferiores, do orgulho, do egoísmo, da ganância, dos vícios de toda ordem, e de outros tantos fardos inúteis que nos sobrecarregam os ombros destroçando-nos as forças.
Dessa forma, em qualquer circunstância, deixemos que a Esperança nos invada a alma, confiantes em Deus, que sempre nos dá oportunidades novas para refazermos caminhos, buscando a nossa redenção.
A Esperança deve ser uma constante em nossas vidas.
Esperança de melhores dias;
Esperança de realizações superiores;
Esperança de Paz.
Narra-se que um monge que vivia da mendicância, sem abrigo, recolheu-se numa gruta para o repouso noturno em bela paisagem banhada de luar.
Adormeceu, veio um bandido e lhe furtou a capa de que se utilizava como agasalho.
O frio da madrugada despertou-o e, dando-se conta do infortúnio, porém fascinado pela claridade da lua, aproximou-se da entrada da gruta e, emocionando-se com o que viu, exclamou:
Que bom que o ladrão não me furtou a lua!
E sorrindo, pôs-se a meditar.
Desesperar, nunca!
Meditar, sempre!

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