NOSSO GRANDIOSO TESOURO!
“NASCEMOS com um grande tesouro, tão vasto, tão
grandioso, que é inexaurível. Mas vivemos em tão grande pobreza porque nunca
cavamos até o fundo do nosso ser. Procuramos em outros lugares. Esse é o
detalhe mais estranho no homem: ele procura em todos os lugares, está disposto
a ir ao monte Everest, está disposto a ir à Lua, mas não está pronto para
entrar em si mesmo.” Palavras de Osho, filósofo indiano.
Em www.oshorachana.com.br encontra-se o seguinte pensamento: “A
gente vive em estado de amizade, onde cada um se cuida e cuida do outro e,
juntos, cuidamos do sítio, dividindo tarefas e organizando o que precisa
acontecer no dia a dia. A vida fica muito rica vivida desse jeito!” Neste
sentido, é forte o meu desejo de compartilhar aprendizados capazes de nos
transformar em pessoas melhores.
“Por que olhamos com desconfiança para tudo
aquilo que não conhecemos? O desconhecido é sempre um mistério para nós. Basta
observar nossa reação quando estamos diante de um novo prato. Para uma
culinária não tradicional, olhamos desconfiados. Veja, por exemplo, quando um
desconhecido se aproxima de uma roda de amigos. Ficamos inquietos e, muitas
vezes, desconfortáveis”, analisa Dalcides Biscalquin em “Por onde o amor me
leva”.
O problema, diz Biscalquin, é quando a
desconfiança ou medo do novo nos impedem de descobrir novos horizontes, novas
pessoas, novos sabores, novas perspectivas de vida. “Aí caímos na mesmice. Tudo
sempre igual, conforme o esperado. Tudo muito calmo, mas muito sem vida.”
Hoje, fico feliz quando vou à livraria e
constato o aumento de leitores, sobretudo jovens. Isso reflete a necessidade da
expansão da consciência na atualidade. A leitura certamente contribui para
tornar a mente e a atitude das pessoas menos convencional.
Com o hábito da boa leitura é possível sair do
padrão condicionado e promover a reflexão sobre o cotidiano, o que pode levar o
indivíduo à reconstrução interior e a ações inovadoras e corajosas, mudando
crenças improdutivas.
É interessante como pessoas costumam depreciar a
chamada leitura de “autoajuda”, incluindo nesse juízo preconcebido, na forma de
uma atitude discriminatória, obras escritas por renomados filósofos e
psicólogos, por exemplo. “Não só a classificação ‘autoajuda’ sofre preconceito
nas livrarias, mas o gênero literário em si é visto por muitos como uma
literatura menor”, escreve Diana Gonçalves em “Literatura de
autoajuda”, http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/484070
Eu penso que quando alguém se depara com uma
obra que leva à autorreflexão e mudança positiva de comportamento deve
perguntar: Isto faz sentido? É apenas romântico? É autojuda corriqueira? É
verdadeiro? Muda na essência? Sim, porque deve haver no ser humano o desejo de
se reinventar permanentemente, de aprimorar a sua capacidade limitada de
enxergar o mundo. Neste sentido, se uma pequena fração dos meus leitores puder
ter algum benefício com o que escrevo, já me sentirei recompensado ao compartilhar
o que estudo e compreendo.
Penso ser importante que o leitor,
independentemente do foco de seu interesse literário e jornalístico, também
faça escolhas que possam enriquecê-lo em relação a pontos de vista que sejam
agregadores de conteúdo pessoal, contribuindo para que ele se transforme em
alguém mais positivo e útil a cada dia.
Como diz Osho, há um detalhe estranho no homem:
ele não está pronto para entrar em si mesmo. E então uma leitura útil pode ter
a função de despertar e libertar o leitor das velhas formas repetitivas e
convencionais de pensar.
Mas a maioria das pessoas é preguiçosa demais
para se habituar à leitura. E isso é algo que lamento profundamente: porque
elas não sabem o que perdem. Eu posso afirmar isso por experiência própria, por
ter adquirido o hábito de ler após os cinquenta anos. Portanto, é sempre tempo
de pensar sobre a importância da leitura. Assim como a prática da atividade
esportiva. Começa-se aos poucos até se adquirir o hábito. A escolha do tema de
uma obra com o qual o leitor se identifique é muito importante como um primeiro
passo; depois, é uma questão de “vontade” para seguir adiante: uma a duas
páginas de leitura por dia, por exemplo. Porque se queremos realmente mudar
nossa vida, é preciso começar neste momento.
A leitura leva o leitor a um estágio melhor do
que o anterior. Não há dúvida. Para quem acredita no poder individual de
transformar o mundo ao seu redor, um livro pode servir como agente modificador
da história do leitor e da história social. O livro dá um sentido mais amplo à
existência. Quem tem necessidade de encontrar sentido e significado em sua
vida?
Porque a vida fica muito mais rica com o hábito
da leitura. Certamente é possível tornar-se mais compassivo e mais sábio
quando o livro passa a ser uma espécie de alimento; ele é uma contribuição
genuína para a qualidade de vida das pessoas. Porque também é bom ter ao lado
alguém com o hábito da leitura, com boas respostas, pois com o conhecimento
pode-se deixar de lado vaidades e ambições inúteis.
“Você já observou a si mesmo? Está sempre
tentando exibir sua ‘sabedoria’, em busca de uma vítima a quem possa mostrar
seu conhecimento, sua capacidade; só procurando, caçando alguém mais fraco do
que você – para que possa se intrometer e mostrar a sua sabedoria”, escreve
Osho em “O barco vazio”. O sábio, diz o filósofo indiano, não precisa ser
exibicionista. Seja o que for que ele seja, ele é. “Ele não está consciente
disso, não está com pressa de mostrá-lo. Se você quiser encontrar isso, você
terá que fazer um esforço. Se quiser saber se ele é gentil ou não, vai ter que
desocbrir por si mesmo. O sábio segue o seu caminho sem depender dos outros. E
não se orgulha de andar sozinho.”
Lamento gente arrogante e gente que se julga
intelectual, menosprezando tudo o que não se encaixa no seu “sentido de
superioridade”. Pobres tolos! A maior qualidade dos grandes sábios é a
“humildade”. Os sábios não tentam se projetar sobre as outras pessoas nem se
mostrar superior a elas. Os sábios não subestimam, nem supervalorizam fatos,
pessoas, coisas ou a si mesmos. Todo aquele que atinge a verdadeira sabedoria
se torna uma pessoa simples, pois a verdade é simples.
Você pode ser alguém, mas não pode ser o
maior, observa Osho. “Há sempre alguém maior em algum lugar do mundo. E
quem é esse alguém? Você é a medida. Você diz que este homem é grandioso – mas
quem é a medida? Você.”
O que mais podemos querer da vida, senão uma
sensação de paz e significado? Porque nossa verdadeira natureza é pacífica,
radiante e cheia de amor. Os sábios sempre sabem disso. Eles dizem que, dentro
de cada um de nós, está o templo sagrado onde habita o Deus verdadeiro que nos
orienta e nos conduz para o verdadeiro caminho que deveremos trilhar... Mas
este assunto é maior do que uma pessoa só! E se destina exclusivamente a quem
deseja refletir profundamente sobre o propósito de sua vida. O que não impede
alguns céticos de tomar atitudes neste sentido: da autorreflexão e mudança
positiva de comportamento. Porque na verdade “querer mudar” é a verdadeira
questão. O grande desafio!
“Nós, seres humanos, feitos à imagem e
semelhança do Divino, temos uma essência. Tudo o mais que nos cerca é apenas
circunstância. O que temos hoje podemos não ter mais amanhã. De qualquer forma,
o que realmente somos ultrapassa qualquer condição que queira nos definir –
dinheiro, felicidade, conhecimento. Seremos, na nossa essência, sempre mais do
que qualquer coisa que possamos vir a ter”, inspira-me ainda Biscalquin.